sexta-feira, 12 de julho de 2013

Criada CPI da Espionagem para investigar braço da CIA.





Criada CPI da Espionagem para investigar braço da CIA.


publicado em 11 de julho de 2013 às 18:31 - www.viomundo.com.br



A Booz Allen, que deu consultoria ao governo de Fernando Henrique Cardoso


Em  Carta Maior 



O Congresso tomou a decisão incontornável diante de sua obrigação soberana: por iniciativa da Senadora Vanessa Grazziotin, do PCdoB, será instalada uma CPI da Espionagem  para investigar a base de operação da CIA que operou diuturnamente em território brasileiro, pelo menos até 2002.

A sociedade tem direito de saber o que ela monitorou e com que objetivos. Há outras perguntas de vivo interesse do momento político nacional, que uma CPI não pode ignorar. O pool de espionagem apenas coletou dados no país ou se desdobrou em processar, manipular e distribuir informações, reais ou falsas, cuja divulgação obedecia a interesses que não os da soberania nacional? Fez o que fez de forma totalmente clandestina e ilegal? Ou teve o apoio interno de braços privados ou oficiais e mesmo de autoridades avulsas? Ainda opera?

Uma Comissão Parlamentar de Inquérito tem a obrigação de se debruçar sobre essas e outras indagações, de evidente relevância nos dias que correm. Há, ainda, coincidências que gritam por elucidação. A empresa que coordenava o trabalho de grampos da CIA, a Booz Allen, na qual trabalhava o agente Snowden, é uma das grandes corporações de consultoria mundial.

No governo FHC, ela foi responsável por estudos estratégicos contratados pela esfera federal. Inclua-se aí desde o “Brasil em Ação” (primeiro governo FHC) até o “Avança Brasil” (segundo governo FHC) e outras, como as dos programas de privatização e de reestruturação do sistema financeiro nacional, com o descarnamento dos bancos públicos.

Vale repetir: a mesma empresa guarda-chuva do sistema de espionagem que operou no Brasil até 2002, a Booz Allen, foi a mentora intelectual de uma série de estudos e pareceres, contratados pelo governo do PSDB, para abastecer uma política de alinhamento (‘carnal’, diria Menen) do Brasil com a economia dos EUA.

A turma da versátil Booz Allen trabalhava em segmentos estanques? Ou aqueles encarregados de assessorar o governo tucano também coletavam informes do interesse imperial no país?

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