terça-feira, 31 de março de 2015

10 anos da Chacina da Baixada.



Um dia triste I

Hoje a Baixada Fluminense está de luto, completam-se 10 anos da chacina que executou 29 pessoas nos municípios de Nova Iguaçu e Queimados, segundo investigações, um grupo de policiais insatisfeitos com o comandante do batalhão, resolveram demostrar seu poder e assassinaram aleatoriamente as vítimas: trabalhadoras(es)sem nenhuma atividade ilícita ou passagem pela polícia, que cruzaram seu caminho naquele 31 de março de 2005.

Choca, a banalização da vida e o fato dela ser ceifada por aqueles que eram pagos pelas vítimas para protege-las. Mas aqui todos os dias o extermínio ronda as casas, cresce o número de grupos paramilitares que reeditam os esquadrões da morte das décadas de 80, agora mais sofisticados explorando a distribuição do gás, da tv a cabo e da água, impondo um governo paralelo e de terror.

Uma forte migração de traficantes da capital para Baixada ocorreu nos últimos 4 anos, bairros antes tranquilos de se viver hoje experimentam o toque de recolher. Tráfico sempre existiu, só que agora ele está bem organizado e fortemente armado em todos os cantos da região.

As vítimas, continuam sendo jovens, pobres e negros, são exterminados por aderirem ao tráfico, no confronto com a polícia e fações rivais ou por milicianos por praticarem pequenos delitos.

O fato é que a vida se banalizou por aqui, o povo no meio desta guerra sente-se abandonado e não sabe a aguem recorrer. Queremos sim uma polícia cidadã, bem preparada e remunerada, que tenha condições de manter sua segurança e de seus familiares, pois ele também é em muitos casos vitima nesta guerra. 

Precisamos do combate ao tráfico com inteligência e menos ações truculentas que parte do princípio da tipificação do bandido: a maioria dos jovens negros não são bandidos nem traficantes. Afastar da corporação todos os maus policiais, uma simples investigação sobre sua ascensão patrimonial já seria suficiente para identificar atividade ilegal, para achar as provas é só boa vontade.

Estejamos sempre na defesa da vida, na proposição de uma educação inclusiva e universalizada, na luta por política de desenvolvimento local para geração de empregos na região e de uma mudança na concepção de segurança pública, para que esta deixe de ser segregadora e discriminatória. Ou alguém acredita que a política de segurança na Baixada e igual à da zona Sul do RJ?
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Fonte: Jessé Dutra.

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