sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

O Rio almeja o cardinalato de dom Orani Tempesta.




O Rio almeja o cardinalato de dom Orani Tempesta

Jornal do Brasil


Nos últimos 112 anos, a arquidiocese do Rio de Janeiro teve à sua frente como pastor quatro cardeais – dom Sebastião Leme da Silveira Cintra, o cardeal Leme (1905-1930); dom Jaime de Barros Câmara (1930-1971); dom Eugênio de Araujo Sales (1971-2001); dom Eusébio Oscar Scheid (2001-2009).

Há três anos, desde que dom Orani João Tempesta veio transferido de Belém do Pará para assumir a vaga aberta com a aposentadoria de dom Oscar Scheid, a arquidiocese é comandada por um bispo sem o cardinalato.

O fato decorria do impedimento de uma mesma diocese ter dois votos em um conclave – colégio eleitoral que elege um papa. No caso, mesmo aposentado, dom Oscar manteve seu direito à participação nos conclaves até completar seus 80 anos, em dezembro passado. Nesta idade, já não há mais como participar da votação.

Hoje, portanto, já não existe mais impedimento para que a arquidiocese do Rio de Janeiro, como merece, volte a ser pastoreada por um cardeal. O momento de promover dom Orani é este, para que ele, daqui a 200 dias, ao receber o próprio papa Bento XVI e a Jornada Mundial da Juventude, já o faça usando o barrete vermelho, usado pelos cardeais.

Nos bastidores da Igreja Católica acredita-se que esta nomeação ocorra em breve, quando Bento XVI preparar a nova “fornada” de cardeais. Fala-se que pode ser em fevereiro. Quanto mais cedo, melhor. Desta forma, Roma estará devolvendo à cidade o cardinalato, lhe conferindo o peso político que ela merece.

O arcebispo dom Orani, por sinal, nestes três anos à frente da arquidiocese, já demonstrou todo seu preparo para lidar não apenas com o rebanho católico, mas com os cariocas de um modo geral, independentemente dos credos religiosos que abracem.

Com sua simpatia e todo o dom da comunicação que domina com maestria, ele consegue conviver com os mais diversos setores que formam o mosaico da sociedade carioca — conhecida por seu espírito alegre, festeiro mas, acima de tudo, honesto, dedicado e solidário.

Como pastor, dom Orani não apenas esteve à frente do rebanho de católicos que frequentam igrejas, capelas, colégios e seus templos, como se fez presente junto a outros grupos, independentemente da crença que professem. Foi, por exemplo, o que aconteceu em fevereiro de 2012, quando, ao lado de umbandistas e carnavalescos e do prefeito Eduardo Paes, benzeu o Sambódromo durante a sua reinauguração. Ao deixar a passarela, confessou ao jornalista Sidney Rezende:

"Foi uma bênção ter participado. Nosso povo nasceu com alegria. Então temos que abençoar este local, o local da alegria, do Carnaval".

Na sua missão de pastor, dom Orani tem mobilizado suas ovelhas na solidariedade para com os mais necessitados, como fez no último final de semana ao aproveitar-se da carreata de São Sebastião para recolher donativos que destinaria aos flagelados das últimas chuvas. Um trabalho que poderá ganha r um peso ainda maior, quando ele for ungido com o cargo de cardeal.

E isto, não deve demorar. Afinal, a Cidade Maravilhosa, que é abraçada pelo Cristo Redentor, merece conquistar seu novo cardeal antes de julho. Assim, ele poderá, já revestido com o escarlate das vestes cardinalícias, receber, em nome de todos os cariocas,os milhares de jovens que virão do mundo inteiro dar testemunho de sua fé cristã viva e transformadora na Jornada Mundial da Juventude. 

Fonte: Jornal do Brasil - 16/01 às 14h46 - Atualizada em 16/01 às 15h06

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