terça-feira, 28 de junho de 2011

Coordenador do programa 'Rio Sem Homofobia' rebate declarações de Myrian Rios


POR REGINA RITO

Rio - A ex-atriz e deputada estadual Myrian Rios, 52 anos, causou a maior polêmica ao relacionar gays com pedofilia. O vídeo com as declarações dela contra a PEC 23/2007 — que inclui a orientação sexual (LGBT) no rol dos direitos fundamentais previstos na Constituição — feito terça-feira passada, no plenário da Alerj, foi parar na lista dos assuntos mais comentados do Twitter, ontem. Mãe de Pedro Arthur, 10, e Edmar, 15, Myrian é da comunidade católica Canção Nova.

“Em casa, gostaria que meus filhos crescessem pensando em namorar uma menina para perpetuar a espécie. Mas se eu descobrir que o motorista é homossexual e poderia estar tentando bolinar meus filhos, partindo para uma pedofilia, eu não poderia demiti-lo, porque vou estar prejudicando o rapaz. Quero a lei para mim também, para demitir, sim”, completou Rios. Cláudio Nascimento, coordenador do programa estadual ‘Rio Sem Homofobia’, rebateu as declarações da deputada. “Ela precisa se atualizar e ler um pouco mais sobre sexualidade e crimes de pedofilia.

A visão religiosa a cegou. Todos os dados hoje apontam que quase 100% dos casos de pedofilia são com heterossexuais. Então, ela não tem que se preocupar em contratar um gay. Tem que se preocupar com a babá, o motorista, os namorados e amigos heteros dela”. E completa: “Quando alguém vai contratar, não pode perguntar a orientação sexual, porque o que importa é se a pessoa tem formação e experiência para o cargo.

É uma pena vir de uma deputada um pensamento tão medieval”, critica.Revoltado, o movimento gay pretende denunciá-la à Comissão de Ética da Alerj.Em comunicado oficial, Myrian explica: “Iniciei meu discurso relatando minha condição de católica, missionária e, como tal, prego o respeito, o amor ao próximo e o perdão. Repudio veementemente o pedófilo e jamais tive a intenção de igualar esse criminoso com o homossexualismo.

Se entenderam desta maneira, peço desculpas. Conto na minha família com parentes e amigos homossexuais e os amo. Da mesma forma, repudio a agressão aos homossexuais, pois nada justifica tamanha violência. Votei contra a PEC-23 por minhas convicções e não contra este ou aquele segmento de determinada orientação sexual”.

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