domingo, 28 de dezembro de 2014

I Congresso Nacional da Esquerda Popular Socialista do PT.



Companheiras e companheiros,

Fica convocado o I Congresso Nacional da Esquerda Popular Socialista, cuja plenária final será realizada nos dias 18, 19 e 20 de abril de 2015, em Aracaju, Sergipe.

Pauta:

1) Conjuntura internacional e nacional: desafios do PT e dos movimentos sociais;
2) Organização da EPS, no contexto das lutas sociais e da vida partidária.

Obviamente, tendo o primado das lutas sociais de esquerda como guia, a pauta sinteticamente apresentada acima terá sempre como referência o fato de sermos uma corrente interna do Partido dos Trabalhadores, que dialoga com ações e lutas diversas, estas transcendentes à própria dinâmica partidária. Porém, é indispensável que colemos nosso debate interno à agenda política e e ao calendário do PT, já que nossa prioridade é a legítima disputa dos rumos do Partido. Tanto o PT precisa de se revolucionar em termos organizativos, ampliando sua capilaridade social e incorporando sua massa de filiados na construção de suas políticas, quanto a própria EPS necessita fazê-lo, em sua dinâmica interna. 

Realizaremos este Congresso da EPS numa conjuntura riquíssima e de aprofundamento da crise de acumulação do capital, em nível de mundo. E que terá impactos na crise brasileira. A conjuntura inaugurada pelas jornadas populares de 2013, pela campanha eleitoral acirrada em 2014 e pelos embates de projetos ideológicos antagônicos que cercarão o segundo mandato de Dilma Rousseff, deve ser apropriada por toda nossa militância e área de influência. Nada substitui o esforço de construção coletiva para a compreensão dessa complexa realidade social inaugurada, principalmente, a partir de 2013 no mundo e em nosso país. 

O Partido dos Trabalhadores dialoga com os impactos do processo eleitoral e seus desdobramentos. Isso é muito positivo. Reconhece-se - ainda que timidamente - que as bases analíticas, teóricas e, até mesmo conceituais, que nortearam a hegemonia partidária até então merecem ser objeto de balanço. Abrem-se, portanto, imensas possibilidades de diálogo interno ao PT, para avançarmos à esquerda. E tais aberturas demandam também a coesão interna da própria EPS, para sua melhor contribuição ao Partido.

O Congresso é, nesse sentido, o conjunto da militância da EPS em reunião. Eis porque as fases municipais, as estaduais, reuniões e debates setoriais são decisivas à democracia interna e ao esforço de apropriação coletiva de toda essa reflexão; devendo ser preparadas com a garantia de pleno acesso às teses, tribunas de debates  e contribuições formalmente enviadas para a divulgação no processo de Congresso.

As plenárias estaduais do I Congresso Nacional da EPS deverão ser realizadas até, no máximo, no último final de semana de março. As municipais deverão ser realizadas até o o primeiro final de semana de março. Em todas elas deverão ser eleitas coordenações para a dirigir os trabalhos da tendência até a realização da II Conferência Nacional da EPS.  Importante será adotar a postura ampla de convite a amigos da Tendência, lutadores dos movimentos e aliados internos.  E também à utilização de instrumentos que possibilitem a mais ampla contribuição, especialmente nas redes sociais.

O Regimento Interno será deliberado pela DN, via consulta eletrônica, em cima de proposta pela Comissão Organizadora indicada na reunião de Fortaleza.

Caberá à Comissão de Organização submeter à Comissão Executiva da DN um planejamento básico para a divulgação de teses, recolhimento e distribuição de contribuições ao debate da pauta, à base de uma plataforma de internet que garanta o acesso de todos os textos produzidos internamente, à toda militância.

Medidas concretas para a viabilização da infraestrutura, transporte, hospedagem e alimentação de delegados e observadores, a partir do esforço coletivo de cada estado da Federação.

Companheiros e companheiras, o empenho de cada uma e de cada um é condição para que esse esforço coletivo e nacional de elaboração teórica e política seja exitoso. Atrair para nosso debate aquilo que de melhor foi produzido no Brasil e no exterior sobre a conjuntura mundial e a nacional, sobre as fraturas do sistema do capital, sobre as lacunas da esquerda, ou seja, nos apropriarmos disso, é algo que demandará iniciativa individual e e ações coletivas.

Dedicamos este I Congresso da EPS à militância que, de uma forma ou de outra, enfrentou a Ditadura Militar, sofrendo por isso todas as consequências que já são de conhecimento público: perseguições, mortes, tortura, prisões, exílios, discriminações diversas etc.

Que os melhores exemplos dessa militância nos inspire na realização de nosso I Congresso!

Mão à obra!!!

Saudações Socialistas
Dezembro de 2014
A Comissão Executiva da CN/EPS

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

RONALDO - SEMPRE NA LUTA.


Sou Ronaldo, sou graduado em História com especialização em Juventude e militante da Pastoral da Juventude do Meio Popular, do Partido dos Trabalhadores e também milito nas causas sociais e populares principalmente daqueles que mais necessitam!!!

FELIZ NATAL!!!



Desejo aos meus nobres amigo(as), e meus familiares um NATAL repleto de harmonia, paz, amor, saúde, FELICIDADE e que Deus Libertador nos abençoe abundantemente nesse NATAL que se APROXIMA!!!

São os meus sinceros votos:
Ronaldo Sempre Na Luta

Papa Francisco diz, "Como todo corpo, a Igreja também está exposta às enfermidades".



“A Cúria é sempre chamada a melhorar e crescer em comunhão, santidade e sabedoria para realizar plenamente sua missão”, disse o papa Francisco durante o encontro anual para as felicitações de Natal com os membros dos dicastérios, conselhos, escritórios, tribunais e comissões do Vaticano, ocorrido na segunda-feira, dia 22. Na ocasião, o bispo de Roma afirmou que, “como todo corpo, a Igreja também está exposta às enfermidades” e convidou os presentes a realizarem um exame de consciência ao citar as 15 doenças mais frequentes na vida da cúria.

 Francisco citou doenças como “sentir-se imortal, imune e inclusive indispensável”, “endurecimento mental e espiritual”, “o Alzheimer espiritual” e “a rivalidade e a vanglória”. Para ele, as doenças e tentações que elencou são “naturalmente um perigo para todo cristão e para toda cúria, comunidade, congregação, paróquia, movimento eclesial e podem atingir quer em nível individual quer comunitário”.

O pontífice reiterou que é necessário esclarecer que só o Espírito Santo pode curar todas as enfermidades. “É o Espírito Santo que sustenta todo esforço sincero de purificação e toda boa vontade de conversão. É Ele que nos faz compreender que todo membro participa da santificação do corpo ou do seu enfraquecimento”, disse.

Ao citar uma frase que havia lido, a qual conta que “os sacerdotes são como aviões: só são notícia quando caem, mas há tantos que voam”, Francisco lembrou que “muitos criticam e poucos rezam por eles” e ressaltou a “importância e delicadeza” do serviço sacerdotal e o mal causado ao corpo da Igreja por um padre que “cai”. Para que isso não aconteça, sugeriu a preparação à Confissão, pedindo à Virgem Maria “que cure as feridas do pecado que cada um de nós tem no seu coração e que ampare a Igreja e a Cúria a fim de que sejam sadias e saneadoras; santas e santificadoras para a glória do seu Filho e para a nossa salvação e do mundo inteiro”.

Leia o discurso na íntegra, traduzido pela Rádio Vaticano: 

DISCURSO DO SANTO PADRE FRANCISCO

 Sala Clementina

Segunda, 22 de dezembro de 2014

Amados irmãos,

Ao final do Advento, encontramo-nos para as tradicionais saudações. Dentro de alguns dias teremos a alegria de celebrar o Natal do Senhor; o evento de Deus que se faz homem para salvar os homens; a manifestação do amor de Deus que não se limita a dar-nos algo ou a enviar-nos uma mensagem ou alguns mensageiros, doa-se-nos a si mesmo; o mistério de Deus que toma sobre si a nossa condição humana e os nossos pecados para revelar-nos a sua Vida divina, a sua graça imensa e o seu perdão gratuito. É o encontro com Deus que nasce na pobreza da gruta de Belém para ensinar-nos a potência da humildade. Na realidade, o Natal è também a festa da  luz que não é acolhida pala gente “eleita”, mas pela gente pobre e simples que esperava a salvação do Senhor.

Em primeiro lugar, gostaria de desejar a todos vós – cooperadores, irmãos e irmãs, Representantes pontifícios disseminados pelo mundo – e a todos os vossos entes queridos um santo Natal e um feliz Ano Novo. Desejo agradecer-vos cordialmente, pelo vosso compromisso quotidiano a serviço da Santa Sé, da Igreja Católica, das Igrejas particulares e do Sucessor de Pedro.

Como somos pessoas e não números ou somente denominações, lembro de maneira especial os que, durante este ano, terminaram o seu serviço por terem chegado ao limite de idade ou por terem assumido outras funções ou ainda porque foram chamados à Casa do Pai. Também a todos eles e a seus familiares dirijo o meu pensamento e gratidão.

Desejo juntamente convosco erguer ao Senhor vivo e sentido agradecimento pelo ano que está a nos deixar, pelos acontecimentos vividos e por todo o bem que Ele quis generosamente realizar mediante o serviço da Santa Sé, pedindo-lhe humildemente perdão pelas faltas cometidas “por pensamentos, palavras, obras e omissões”

E partindo precisamente deste pedido de perdão, desejaria que este nosso encontro e as reflexões que partilharei convosco se tornassem, para todos nós, apoio e estímulo a um verdadeiro exame de consciência a fim de preparar o nosso coração ao Santo Natal.

Pensando neste nosso encontro veio-me à mente a imagem da Igreja como Corpo místico de Jesus Cristo. É uma expressão que, como explicou o Papa Pio XII “brota e como que germina do que é frequentemente exposto na Sagrada Escritura e nos Santos Padres”. A este respeito, São Paulo escreveu: “Porque, como o corpo è um todo tendo muitos membros e todos os membros do corpo, embora muitos, formam um só corpo, assim também é Cristo” (1 Cor 12,12).

Neste sentido, o Concílio Vaticano II lembra-nos que “na edificação do Corpo de Cristo há diversidade de membros e de funções. Um só è o Espírito que, para utilidade da Igreja, distribui seus vários dons segundo suas riquezas e as necessidades dos ministérios (cf. 1 Cor 12,1-11)”. Por isto “Cristo e a Igreja formam o «Cristo total» - Christus totus -. A Igreja é una com Cristo».

È belo pensar na Cúria Romana como sendo um pequeno modelo da Igreja, ou seja, um “corpo” que procura séria e cotidianamente ser mais vivo, mais sadio, mais harmonioso e mais unido em si mesmo e com Cristo.

Na realidade, a Cúria Romana è um corpo complexo, composto de muitos Dicastérios, Conselhos, Departamentos, Tribunais, Comissões e de numerosos elementos que não têm todos a mesma tarefa, mas são coordenados para um funcionamento eficaz, edificante, disciplinado e exemplar, não obstante as diversidades culturais, linguísticas e nacionais dos seus membros.

Em todo o caso, sendo a Cúria um corpo dinâmico, ela não pode viver sem alimentar-se e sem cuidar de si. De fato, a Cúria – como a Igreja – não pode viver sem ter uma ralação vital, pessoal, autêntica e sólida com Cristo. Um membro da Cúria que não se alimenta cotidianamente com aquele Alimento tornar-se-á um burocrata (um formalista, um funcionalista, um mero empregado): um ramo que seca e pouco a pouco morre e é lançado fora. A oração diária, a participação assídua nos Sacramentos, de modo especial, da Eucaristia e da reconciliação, o contato cotidiano com a palavra de Deus e a espiritualidade traduzida em caridade vivida são o alimento vital para cada um de nós. Que todos nós tenhamos bem claro que sem Ele nada poderemos fazer(cf Jo 15, 8).

Consequentemente, a relação viva com Deus alimenta e fortalece também a comunhão com os outros, ou seja, quanto mais estivermos intimamente unidos a Deus tanto mais estaremos unidos entre nós porque o Espírito de Deus une e o espírito do maligno divide.

A Cúria está chamada a melhorar-se, a melhorar-se sempre e a crescer em comunhão, santidade e sabedoria a fim de realizar plenamente a sua missão. No entanto, ela, como todo corpo, como todo corpo humano, está exposta também às doenças, ao mau funcionamento, à enfermidade. E aqui gostaria de mencionar algumas destas prováveis doenças, doenças curiais. São doenças mais costumeiras na nossa vida de Cúria. São doenças e tentações que enfraquecem o nosso serviço ao Senhor. Penso que nos ajudará o “catálogo” das doenças – nas pegadas dos Padres do deserto, que faziam aqueles catálogos – dos quais falamos hoje: ajudar-nos-á na nossa preparação ao Sacramento da Reconciliação, que será um passo importante de todos nós em preparação do Natal.

1. A doença do sentir-se “imortal”, “imune” ou até mesmo “indispensável” transcurando os controles necessários e habituais. Uma Cúria que não faz autocrítica, que não se atualiza, que não procura melhorar é um corpo enfermo. Uma visita ordinária aos cemitérios poderia ajudar-nos a ver os nomes de tantas pessoas, algumas das quais pensassem talvez que eram imortais, imunes e indispensáveis! É a doença do rico insensato do Evangelho que pensava viver eternamente (cf Lc 12, 13-21) e também daqueles que se transformam em senhores e se sentem superiores a todos e não a serviço de todos. Esta doença deriva muitas vezes da patologia do poder, do “complexo dos Eleitos”, do narcisismo que fixa apaixonadamente a sua imagem e não vê a imagem de Deus impressa na face dos outros, principalmente dos mais fracos e necessitados. O antídoto para esta epidemia è a graça de nos sentirmos pecadores e de dizer com todo o coração «Somos servos inúteis. Fizemos o que devíamos fazer» (Lc 17, 10).

2. Outra doença:  doença do “martalismo” (que vem de Marta), da excessiva operosidade: ou seja, daqueles que mergulham no trabalho, descuidando, inevitavelmente, “a melhor parte”: sentar-se aos pés de Jesus (cf Lc 10,38-42). Por isto Jesus chamou os seus discípulos a “descansar um pouco’” (cf Mc 6,31) porque descuidar do descanso necessário leva ao estresse e à agitação. O tempo do descanso, para quem levou a termo a sua missão, è necessário, obrigatório e deve ser lavado a sério: no passar um pouco de tempo com os familiares e no respeitar as férias como momentos de recarga espiritual e física; é necessário aprender o que ensina o Coélet que «para tudo há um tempo» (3,1-15).

3. Há ainda a doença do “empedernimento” mental e spiritual, ou seja, daqueles que possuem um coração de pedra e são de “dura cerviz” (At 7,51-60); daqueles que, com o passar do tempo, perdem a serenidade interior, a vivacidade a audácia e escondem-se atrás das folhas de papel, tornando-se “máquinas de práticas” e não “homens de Deus” (cf Hb 3,12). É perigoso perder a sensibilidade humana necessária que nos faz chorar com os que choram e alegrar-se com os que se alegram! É a doença dos que perdem “os sentimentos de Jesus ” (cf Fl 2,5-11) porque o seu coração, com o passar do tempo, endurece e torna-se incapaz de amar incondicionalmente ao Pai e o próximo (cf Mt 22,34-40). Ser cristão, com efeito, significa ter os mesmos sentimentos de Jesus Cristo» (Fl 2,5), sentimentos de humildade e de doação, de desapego e de generosidade.

4. A doença do planejamento excessivo e do funcionalismo. Quando o apóstolo planeja tudo minuciosamente e pensa que, fazendo um perfeito planejamento, as coisas efetivamente progridem, tornando-se, assim, um contador ou um comercialista. Preparar tudo bem è necessário, mas sem jamais cair na tentação de querer encerrar e pilotar a liberdade do Espírito Santo, que é sempre maior, mais generosa do que todo planejamento humano (cf Jo 3,8). Cai-se nesta doença porque  «é sempre mais fácil e cômodo adaptar-se às suas posições estáticas e imutadas. Na realidade, a Igreja mostra-se fiel ao Espírito Santo na medida em que não tem a pretensão de regulamentá-lo e de domesticá-lo… - domesticar o Espírito Santo! - … Ele è frescor, fantasia, novidade».

5. A doença da má coordenação. Quando os membros perdem a comunhão entre si e o corpo perde a sua funcionalidade harmoniosa e a sua temperança, tornando-se uma orquestra que produz barulho, porque os seus membros não cooperam e não vivem o espírito de comunhão e de equipe. Quando o pé diz ao braço: “não preciso de ti”, ou a mão à cabeça: “quem manda sou eu”, causando, assim, mal-estar ou escândalo.

6. Há também a doença do “alzheimer espiritual”: ou seja, o esquecimento da “história da salvação”, da história pessoal com o Senhor, do «primeiro amor» (Ap 2,4). Trata-se de uma perda progressiva das faculdades espirituais que num intervalo mais ou menos longo de tempo causa graves deficiências à pessoa, tornando-a incapaz de exercer algumas atividades autônomas, vivendo num estado de absolta dependência das suas visões, tantas vezes imaginárias. É o que vemos naqueles que perderam a memória do seu encontro com o Senhor; naqueles que não têm o sentido deuteronômico da vida; naqueles que dependem completamente do seu presente, das suas paixões, caprichos e manias; naqueles que constroem em torno de si barreiras e hábitos, tornando-se, sempre mais escravos dos ídolos que esculpiram com suas próprias mãos.

7. A doença da rivalidade e da vanglória. Quando a aparência, as cores das vestes e as insígnias de honra se tornam o objetivo primordial da vida, esquecendo as palavras de São Paulo: «Nada façais por espírito de partido ou vanglória, mas que a humildade vos ensine a considerar os outros superiores a vós mesmos. Cada qual tenha em vista não os seus próprios interesses , e sim os dos outros» (Fl 2,1-4). É a doença que nos leva a ser homens e mulheres falsos, e a vivermos um falso “misticismo” e um falso “quietismo”. O mesmo São Paulo os define «inimigos da Cruz de Cristo» porque se envaidecem da própria ignomínia e só têm prazer no que é terreno» (Fl 3,19).

8. A doença da esquizofrenia existencial. É a doença dos que vivem uma vida dupla, fruto da hipocrisia típica do medíocre e do vazio espiritual progressivo que formaturas ou títulos acadêmicos não podem preencher. Uma doença que atinge frequentemente aquele que, abandonando o serviço pastoral, se limitam aos afazeres burocráticos, perdendo, assim, o contato com a realidade, com as pessoas concretas. Criam, assim, um seu mundo paralelo, onde colocam à parte tudo o que ensinam severamente aos outros e começam a viver uma vida oculta e muitas vezes dissoluta. A conversão è por demais urgente e indispensável para esta gravíssima doença (cf Lc 15,11-32).

9. A doença das fofocas, das murmurações e do mexerico. Já falei muitas vezes desta doença, mas nunca è suficiente. É uma doença grave, que começa simplesmente, quem sabe, para trocar duas palavras e se apodera da pessoa, transformando-a em  “semeadora de cizânia” (como satanás), e em tantos casos “homicida a sangue frio” da fama dos seus colegas e confrades. É a doença das pessoas velhacas que, não tendo a coragem de falar diretamente, falam pelas costas. São Paulo nos adverte: «Fazei todas as coisas sem murmurações nem críticas a fim de serdes irrepreensíveis e inocentes» (Fl 2,14-18). Irmãos, guardemo-nos do terrorismo das maledicências!

10. A doença de divinizar os chefes: é a dos que cortejam os Superiores, esperando obter a benevolência deles. São vítimas do carreirismo e do oportunismo, honrando as pessoas e não a Deus (cf Mt 23,8-12). São pessoas que vivem o serviço, pensando exclusivamente no que devem obter e não no que devem dar. Pessoas mesquinhas, infelizes e inspiradas só pelo seu próprio egoísmo (cf Gal 5,16-25). Esta doença  poderia atingir também os Superiores, quando cortejam alguns seus colaboradores para obter a sua submissão, lealdade e dependência psicológica, mas o resultado final é uma verdadeira cumplicidade.

11. A doença da indiferença para com os outros. Quando alguém pensa somente em si mesmo e perde a sinceridade e o calor das relações humanas. Quando o mais experto não coloca o seu conhecimento a serviço dos colegas menos expertos. Quando se chega ao conhecimento de algo e o esconde para si, ao invés de compartilhar positivamente com os outros. Quando, por ciúme ou por astúcia, se sente alegria ao ver o outro cair, ao invés de erguê-lo e encorajá-lo.

12. A doença da cara funérea. Quer dizer, das pessoas grosseiras e sisudas que pensam que, para ser sérias, é necessário assumir as feições de melancolia, de severidade e tratar os outros – principalmente os que consideram inferiores – com rigidez, dureza e arrogância. Na realidade, a severidade teatral e o pessimismo estéril são muitas vezes sintomas de medo e de insegurança. O apóstolo deve esforçar-se por ser uma pessoa amável, serena e alegre que transmite alegria por toda parte onde quer se encontre. Um coração repleto de Deus è um coração feliz que irradia e contagia de alegria todos os que estão à sua volta: é o que se vê imediatamente! Não percamos, portanto, aquele espírito jovial, cheio de humor, e até autoirônico, que nos torna pessoas amáveis, mesmo nas situações difíceis. Quanto bem nos faz uma boa dose de sadio humorismo! Far-nos-á muito bem recitar muitas vezes a oração de São Tomás Moro: rezo-a todos os dias; me faz bem.

13. A doença de acumular: quando o apóstolo procura preencher um vazio existencial no seu coração, acumulando bens materiais, não por necessidade, mas só para sentir-se seguro. Na realidade, nada de material poderemos levar conosco, porque “a mortalha não tem bolsos” e todos os nossos tesouros terrenos – mesmo que sejam  presentes – jamais poderão preencher aquele vazio; pelo contrário, torná-lo-ão cada vez mais exigente e mais profundo. A estas pessoas o Senhor repete: «Dizes: sou rico, faço bons negócios, de nada necessito – e não sabes que és infeliz, miserável, pobre, cego e nu ... Reanima, pois, o teu zelo e arrepende-te» (Ap 3,17-19). A acumulação só pesa e freia inexoravelmente o caminho! E penso numa anedota: um tempo, os jesuítas espanhóis descreviam que a Companhia de Jesus era como a “cavalaria leve da Igreja”. Lembro-me da mudança de um jovem jesuíta que, enquanto carregava num caminhão os seus muitos bens: bagagens, livros, objetos e presentes, ouvi um velho jesuíta, que estava a observá-lo, dizer com um sorriso sábio: e esta seria a “cavalaria leve da Igreja?”. As nossas mudanças são um sinal desta doença.

14. A doença dos círculos fechados onde a pertença ao grupinho se torna mais forte do que a pertença ao Corpo, e, em algumas situações, ao próprio Cristo. Também esta doença começa sempre de boas intenções, mas com o passar do tempo, escraviza os membros, tornando-se um câncer que ameaça a harmonia do Corpo e causa tanto mal – escândalos – especialmente aos nossos irmãos menores. A autodestruição ou o “tiro amigo” dos camaradas é o perigo mais sorrateiro. É o mal que atinge a partir de dentro; e, como diz Cristo, «todo o reino dividido contra si mesmo será destruído» (Lc 11,17).

15. E a última: a doença do proveito mundano, dos exibicionismos, quando o apóstolo transforma o seu serviço em poder e o seu poder em mercadoria para obter dividendos humanos ou mais poder; é a doença das pessoas que procuram insaciavelmente multiplicar poderes e, com esta finalidade, são capazes de caluniar, de difamar e de desacreditar os outros, até mesmo nos jornais e nas revistas. Naturalmente para se exibirem e se demonstrarem mais capazes do que os outros. Também esta doença faz muito mal al Corpo porque leva as pessoas a justificar o uso de todo meio, contanto que atinja o seu objetivo, muitas vezes em nome da justiça e da transparência! E vem-me aqui à mente a lembrança de um sacerdote que chamava os jornalistas para lhes contar – e inventar – coisas privadas e reservadas dos seus confrades e paroquianos. Para ele a única coisa importante era ver-se nas primeiras páginas, porque assim se sentia “potente e convincente”, causando tanto mal aos outros e à Igreja. Pobrezinho!

Irmãos, estas doenças e tais tentações são naturalmente um perigo para todo cristão e para toda cúria, comunidade, congregação, paróquia, movimento eclesial  e podem atingir quer em nível individual quer comunitário.

È necessário esclarecer que só o Espírito Santo  - a alma do Corpo Místico de Cristo, como afirma o Credo Niceno-Costantinopolitano: «Creio... no Espírito Santo, Senhor e e vivificador» - pode curar todas as enfermidades. É o Espírito Santo que sustenta todo esforço sincero de purificação e toda boa vontade de conversão. É Ele que nos faz compreender que todo membro participa da santificação do corpo ou do seu enfraquecimento. É Ele o promotor da harmonia: “Ipse harmonia est”, diz São Basílio. Santo Agostinho diz-nos: «Enquanto uma parte aderir ao corpo, a sua cura não è desesperada; mas o que foi cortado não pode nem curar-se nem sarar».

O restabelecimento è também fruto da consciência da doença e da decisão pessoal e comunitária de tratar-se, suportando pacientemente e com perseverança a terapia.

Somos chamados, portanto – neste tempo de Natal e por todo o tempo do nosso serviço e da nossa existência - a viver «pela prática sincera da caridade , crescendo em todos os sentidos, naquele que é a Cabeça, Cristo. È por Ele que todo o corpo – coordenado e unido por conexões que estão ao seu dispor, trabalhando cada um conforme a atividade que lhe è própria – efetua esse crescimento , visando à sua plena edificação na caridade » (Ef 4,15-16).

Amados irmãos!

Certa vez li que os sacerdotes são como aviões: só fazem notícia quando caem, mas há tantos que voam. Muitos criticam e poucos rezam por eles. É uma frase muito simpática, mas também muito verdadeira, porque delineia a importância e a delicadeza do nosso serviço sacerdotal e quanto mal poderia causar um só sacerdote que “cai”, a todo o corpo da Igreja.

Portanto, para não cair nestes dias em que nos preparamos à Confissão, peçamos à Virgem Maria, Mãe de Deus e Mãe da Igreja, que cure as feridas do pecado que cada um de nós tem no seu coração e que ampare a Igreja e a Cúria a fim de que sejam sadias e saneadoras; santas e santificadoras  para a glória do seu Filho e para a nossa salvação e do mundo inteiro. Peçamos a Ela que nos faça amar a Igreja como a amou Cristo, seu Filho e nosso Senhor, e que tenhamos a coragem de nos reconhecermos pecadores e necessitados da sua misericórdia e que não tenhamos medo de abandonar a nossa mão entre as suas mãos maternais.

Os melhores votos de um santo Natal a todos vós, às vossas famílias e aos vossos colaboradores. E, por favor, não vos esqueçais de razar por mim! Obrigado de coração!

(Tradução livre de João da Ponte Lopes)







quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

BARÕES DA MÍDIA COMANDAM PUBLICIDADE OFICIAL.



Levantamento sobre investimento de empresas estatais em publicidade, publicado com viés político pela Folha de S. Paulo nesta quarta-feira, revela que ainda há grande concentração em grupos de comunicação que pertencem às chamadas famílias midiáticas; só as empresas ligadas ao grupo Globo, dos irmãos Marinho, receberam mais de R$ 5 bilhões; em seguida vieram emissoras do Bispo Edir Macedo (R$ 1,3 bi), de Silvio Santos (R$ 1,2 bi) e de Johnny Saad (R$ 1 bi); editora Abril, dos Civita, ficou com R$ 523 milhões e a própria Folha, de Otávio Frias, levou R$ 206 milhões, enquanto seu concorrente Estado de S. Paulo, dos Mesquita, ficou com R$ 188 mi; no capítulo internet, Folha politiza a discussão e questiona investimentos em veículos como o 247

247 - Uma reportagem publicada nesta quarta-feira Folha de S. Paulo revela o valor investido pelas empresas estatais em publicidade nos últimos anos. Entre 2000 e 2013, foram R$ 15,7 bilhões.

A boa notícia é que, nos governos Lula e Dilma, houve maior desconcentração dos investimentos publicitários. Até 2003, pouco mais de 4 mil veículos de comunicação recebiam investimentos em mídia. Este número atingiu seu recorde em 2013, quando 10.817 veículos, incluindo jornais e rádios regionais, foram beneficiados.

A má notícia é que ainda persiste grande concentração dos recursos em empresas ligadas às chamadas famílias midiáticas, como os Marinho, os Civita, os Mesquita e os próprios Frias, que editam a Folha.

O caso da Globo é o mais gritante. Nada menos que R$ 5,3 bilhões foram investidos em veículos ligados aos irmãos Marinho, como a TV Globo, a Radio Globo, a Editora Globo, que publica Época, e o jornal Valor Econômico (uma parceria com a Folha).

Em seguida, aparecem outras emissoras de televisão, como a Record, do bispo Edir Macedo (R$ 1,3 bilhão), o SBT, de Silvio Santos (R$ 1,2 bilhão), a Bandeirantes, de Johnny Saad (1 bilhão).

Os jornais, liderados pela própria Folha, também receberam uma parcela importante do investimento publicitário. A Folha teve R$ 206 milhões, seguida do Estado de S. Paulo, com R$ 179 milhões. Nas revistas, destacam-se Editora Abril, com R$ 523 milhões, e a Editora Três, que edita Istoé, com R$ 179 milhões. A Editora Confiança, que publica Carta Capital, recebeu R$ 44 milhões.

Politização da internet

No capítulo internet, a Folha politiza a questão, vinculando investimento publicitário a um suposto alinhamento editorial. Um dos veículos citados foi o 247, que foi procurado pela jornalista Flavia Foreque. Na tarde de ontem, ela enviou a seguinte mensagem ao jornalista Leonardo Attuch (editor-responsável pelo 247):

Oi  Leonardo, 

Como falei há pouco, estamos fazendo reportagem sobre o volume e destinação da verba de publicidade das estatais federais entre 2000 e 2013.

O total recebidos pela 247 no período foi de R$ 1,71 milhão, em valores correntes de 2013, segundo dados das próprias empresas (R$ 220 mil 2011, R$ 407 mil em 2012 e R$ 1,087 milhão em 2013).

Gostaria de fazer as seguintes perguntas:

1.Congressistas da oposição afirmam que o governo e o PT financiam sites e publicações favoráveis a eles e críticos à oposição. O repasse da verba citado acima exerce alguma influência sobre a linha editorial ou os posicionamentos do veículo?

2.Os recursos de publicidade repassado pelas estatais -aliado a eventuais repasses de órgãos da administração direta - foram a principal fonte de receita da 247? Quanto essa receita representa em relação ao total?

Peço um retorno até as 19h desta terça-feira (16).

Obrigada desde já;

Flávia

A resposta encaminhada pelo 247 foi a seguinte:

"A relação comercial entre os veículos de comunicação e seus anunciantes é de natureza privada. Assim como o 247 não revela as negociações com seus clientes, em razão do sigilo comercial, também não questiona o valor destinado a outros veículos de comunicação, como a Folha. De todo modo, informamos que a principal fonte de receita do 247 é o anunciante privado. Os anunciantes que veiculam no 247 buscam atingir uma audiência ampla (mais de 4 milhões de visitantes únicos/mês e 581 mil seguidores no Facebook) e também influente, sem qualquer contrapartida na linha editorial, que é independente."

A reportagem desta quarta-feira ampliará o debate no País sobre a necessidade de desconcentração dos investimentos publicitários e de uma Lei de Meios, que evite excessivo poder nas mãos de poucas famílias, que não controlam mais a informação no País, mas são saudosas de um passado em que havia menor competição.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

YOUNG FLU A FESTA DA VITÓRIA DA CHAPA 2 - OPOSIÇÃO EM DEZ 2014.

Young Flu será eterna!!!



O dia 14/12/14, será um dia histórico e eternizado para a Torcida Organizada Young Flu, a chapa 2 / Young Flu Oposição,  venceu as eleições internas de nossa torcida com larga vantagem em cima da chapa renovação - situação, com mais de 70% dos votos válidos, vencemos mais a luta de agora em diante será árdua, pesada e cheia de percalços pelo caminho, mais a diretoria que vai assumir a partir do dia 01/01/15, está bem focada, organizada, planejada e sabe muito bem o que tem que ser feito, para resgatar a tradição de nossa torcida ao longo de seus 44 anos de história, dedicação, amor e fidelidade ao nosso clube do coração o Fluminense.
A Young Flu, passou nós últimos anos momentos de crises intensas e chegou está no CTI, por causa das más administrações que não deram a devida atenção a mesma, por isso que hoje estamos num estágio complicado, de conseguir garantir a credibilidade junto aos nossos associados e simpatizantes, por erros grotescos cometidos ao longo dos últimos 10 anos por uma diretoria que desejava se perpetuar no poder, mais o dia 14/12/14, será historicamente lembrado o  dia da virada, onde os associados e simpatizantes da Young Flu, vão poder bater no peito e dizer eu tenho orgulho e amor a minha torcida organizada.
Conseguimos com muita articulação e mobilização vencer as eleições com os seguintes diretores:
Presidente Manel, vice presidente Fila, vice social Cêmica, vice administrativo Meg, vice financeiro Guinho, diretor social Dom Miguel e Vaguinho, diretor de caravanas Bruno Souza e Ronald, diretor de núcleos Kiko e Japeri, diretor de bateria Palhaço e diretor de patrimônio Xereca e Vitinho, esses    amigos(as) e demais que estarão a frente da Torcida de agora em diante no triênio 2015/ 2016 e 2017.
Resultado oficial das eleições foi o seguinte conforme abaixo descrito:
Chapa 1 - Situação: 92 votos
Chapa 2 - OPOSIÇÃO: 218 votos
2 votos nulos
Total de votantes: 312
Marcelo Queiroz , foi eleito conselheiro da Torcida Young Flu com 119 votos.
Agora chegou a hora de arregaçar as mangas e colocar em prática os projetos que apresentamos durante a campanha, mais com o empenho e dedicação de cada um vamos sim colocar a Young Flu, no seu devido lugar entre as principais torcidas organizadas do país, como sempre fomos e vamos continuar sendo respeitados em todos os cantos do Rio de Janeiro, Brasil e exterior. Essa é a nossa vocação a eternidade!!!
Faço um agradecimento em especial a galera da Young Flu Baixada, voltamos a nossa união e unidade em torno de nossos núcleos contribuíram em muito para que a nossa torcida fosse resgatada e ressuscitada como a ave Fênix da mitologia grega.
Formamos a união perfeita dos núcleos: 13º Baixada - 27º Nilópolis e 51º Japeri. 
Agora Somos Todos Young Flu, no peito, no coração e no sangue!!! 

Ronaldo Monteiro Cerqueira
Historiador 
Pós Graduado em Juventude

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Eleição da Torcida Young Flu.


Tá chegando a hora faltam somente 02 dias para decidirmos os rumos de nossa amada Torcida Organizada Young Flu, como já falei desde o começo a única alternativa viável que nós podemos ter é eleger a Chapa 2 - Oposição, para coordenar, administrar e solucionar os problemas de nossa torcida!!!
Vamos lá todos no próximo domingo dia 14 de dezembro de 2014 votar na Chapa 2!!!

Local: sede da Young Flu, rua Sobral 27, Méier, das 9h as 17h, contamos com sua presença!!!

Young Flu - 44 anos de história.




Parabenizo a Torcida Organizada Young Flu pelos seus 44 anos de vida, amor e dedicação ao Fluminense.


Destes 44 anos de YOUNG FLU, eu faço parte dessa história linda desde o ano de 1991.
Ronaldo Sempre Na Luta

KFOURI VÊ “COVARDIA DE 24 PARTIDOS” NO CASO BOLSONARO.




Jornalista ressalta que "por enquanto apenas quatro partidos" entraram com pedido de cassação contra o deputado do PP, que disse à deputada Maria do Rosário (PT-RS) que só não a estupraria porque ela não merecia; será que as outras siglas, inclusive o PP, "acham que o deputado não feriu o decoro parlamentar?", questiona

11 DE DEZEMBRO DE 2014 ÀS 17:11

247 – O jornalista Juca Kfouri aponta a "covardia de 24 partidos" no episódio que envolve o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ). "Por enquanto apenas quatro partidos", lembra ele, entraram com pedido de cassação contra o deputado, que disse à deputada Maria do Rosário (PT-RS) que só não a estupraria porque ela não merecia.

"Será que PMDB, PSDB, DEM, PDT, PSD, PTB, PPS, o próprio PP de Bolsonaro, entre mais outros 16 partidos representados no Congresso Nacional, acham que o deputado não feriu o decoro parlamentar?", pergunta o colunista, em seu blog no UOL.

"Será que não temem o julgamento da História nem mesmo depois do relatório da Comissão Nacional da Verdade com 377 nomes responsáveis pela covardia da tortura, contra crianças, inclusive, e estupros, durante a ditadura?", prossegue o jornalista.

Fonte: site 247.

‪#‎NenhumaMulherMereceSerEstuprada‬



A declaração do deputado Bolsonaro (PP-RJ), em referência à deputada Maria do Rosário (PT-RS), é grave não só pelo conteúdo criminoso em plena semana que comemoramos os Direitos Humanos, mas também por que autoriza o machismo a perpetuar e naturalizar a violência contra as mulheres.

No mundo, de acordo com os dados da Organização das Nações Unidas (ONU), uma em cada três mulheres sofrem ou já sofreram violência física ou sexual. No nosso país, contabilizamos 4 assassinatos a cada 100 mil mulheres, número que coloca o Brasil no 7º lugar no ranking de países nesse tipo de crime. 

Na Bahia, conforme os dados do Núcleo de Atendimento da Defensoria Pública, nos seis primeiros meses do ano ocorreram 2.381 casos de violência contra mulheres, uma média de 13,2 casos registrados por dia.

Manifesto meu apoio à deputada Maria do Rosário e a toda bancada feminina da Câmara dos Deputados, deputado Valmir Assunção. 

Sou solidário às milhares de mulheres que, cotidianamente, sofrem com discursos e atitudes violentas advindas de uma sociedade machista.

Nossa tarefa é mudar esta realidade. Neste sentido, é preciso citar a Campanha 16 dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, iniciado no último dia 25 de novembro. 

É momento de debater políticas que coíbam a violência. Precisamos não ter medo de falar de aborto e tratarmos esta questão de forma séria, pois estamos tratando de saúde pública. 

Mulheres não podem ser criminalizadas diante destas situações que envolvem o seu corpo, suas escolhas, ou mesmo suas condições sociais e financeiras.

Precisamos ser mais rígidos na punição a quem agride e comete feminicídio. A lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) está em vigor e ela é um dos instrumentos de política pública eficaz, mas que precisa ser abraçada por todos os que querem ver o fim da violência.

Manifestação pró Pe. Wilson em Adamantina.


Avante ao laicato católico.

Não podemos mais permitir em nossa igreja que atitudes arbitrárias e autoritárias sejam tomadas por um grupo seleto de pessoas em detrimento da maioria, chega queremos ser ouvidos e ter nossas propostas aceitas ou encaminhadas para um debate sério e coerente, não podemos admitir mais essas barbáries que acontecem até os dias de hoje, posso afirmar que é a inquisição moderna na ICAR. 

Ronaldo M. Cerqueira

MST: se houver golpe, movimentos vão às ruas defender Dilma.



A democracia brasileira acaba de receber a principal garantia que a sociedade poderia lhe proporcionar.

A garantia do povo, do mesmo povo que acabou de reconduzir a presidenta ao Planalto e quer lhe dar tempo e paz para poder fazer as mudanças necessárias.

João Pedro Stédile, uma das lideranças mais influentes do Movimento dos Sem Terra, e, portanto, uma das vozes mais ouvidas pelos movimentos populares do Brasil, deixou claro: nada de golpe, nada de impeachment.

O povo costuma ter mais paciência e bom senso até mesmo que nós, intelectuais progressistas, e não entra tão fácil na onda neurastênica e paranóica das redes sociais.

Stédile reitera que os movimentos sociais permanecem muito esperançosos que o próximo mandato de Dilma, que sequer começou, será mais democrático e mais compromissado com as demandas populares.

Por isso, não querem nem ouvir falar de golpe, seja lá com que fantasia a direita e a mídia querem lhe disfarçar.

Se houver golpe, afirma Stédile, com toda a tranquilidade, os movimentos populares irão tomar as ruas e haverá revolta.

É um recado aos golpistas covardes, inclusive aos trolls que vem aqui no blog vomitar seu desespero de derrotados.

Botem seus cavalinhos na chuva. Podem espernear à vontade. Vocês perderam as eleições, e, se depender de mim e dos movimentos populares, vão perder por mais 480 anos. Só aí poderemos pensar em “alternância de poder”.

O governo federal está investigando, e cortando na carne, pela primeira vez em nossa história, casos de corrupção de grande magnitude.

Apesar dos ataques diários e insanos do partido da mídia e seus braços no Estado, Dilma tem se fortalecido cada vez mais.

Para desespero dos coxinhas psicóticos, esse triste exército de zumbis criado por uma imprensa golpista e imoral, o povo enxergará Dilma como ela realmente é: a primeira presidente a combater a corrupção política que há séculos mina as bases da nossa democracia.

A entrevista abaixo foi publicada no site Brasil 247.

STÉDILE: “GOLPE DESTAMPARIA A REVOLTA POPULAR”

Em alta, recém chegado do Vaticano, onde participou de encontro de 100 movimentos populares do mundo com o papa Francisco, líder do MST não teme “viúvas da ditadura, que fizeram até o PSDB passar vergonha”; João Pedro Stédile afirma que qualquer tentativa de quebra da ordem institucional traria o elemento da violência; “Seria destampada a caixa de pandora da revolta popular”, avaliou; na condição de ser um dos poucos brasileiros que, com uma palavra, pode ‘colocar o povo na rua’, ele lembrou em entrevista ao 247: “Brincar com a democracia é muito perigoso”;

O quadro referencial do MST João Pedro Stédile acaba de chegar do Vaticano. Pela primeira vez na história da Igreja, oficialmente um papa avaliza uma grande reunião de movimentos populares. No caso, o encontro de uma centena de entidades, pensada e organizada pelos brasileiros do MST com seus colegas de luta pelo mundo. “O papa Francisco demonstra ter consciência das mudanças que precisam ser feitas”, afirmou Stédile ao 247.

Mas, de volta ao Brasil, o que esperava o líder dos sem terra era um país em que setores de elite já discutiam as chances de uma quebra da ordem. Mais radicalmente, em cartazetes levados à avenida Paulista, em duas passeatas com menos de 5 mil pessoas no total, alguns pediram a tal “volta dos militares”. De modo mais sofisticado, articulações em Brasília, a partir do escândalo de corrupção na Petrobras, vislumbram a chance de envolver a presidente Dilma Rousseff entre o cientes e tomar-lhe, pelo impechment, o poder. Adeptos do caminho mais curto para este fim apostam num golpe de caneta do ministro Gilmar Mendes, do STF, que poderá censurar as contas da campanha do PT e atalhar uma crise institucional.

Stédile, um dos poucos brasileiros que tem condições, como se diz, de ‘colocar o povo nas ruas’, desdenha das três alternativas.

Não vejo um movimento golpista. A conjuntura não permite, não haveria a menor chance de sucesso, diz ele.

Numa hipótese mais radical, a burguesia sabe que estaria aberta a caixa de pandora da revolta popular. E isso é muito perigoso, completou.

O líder popular que batalha há mais de 30 anos no mesmo campo social, sem ter caído em tentação de obter mandatos políticos ou assumir cargos bem remunerados deu as seguintes respostas às nossas perguntas:

O sr. pressente algum tipo de movimento golpista contra a democracia e o resultado das eleições presidenciais? Onde ele se dá? Nas ruas, na mídia, na classe política?

João Pedro Stédile – Não vejo um movimento golpista. E não teria nenhuma chance de sucesso na atual conjuntura. Os tucanos chamaram mobilizações de protestos dia 15 de novembro, que são normais na democracia. E lá se infiltraram algumas viúvas da ditadura militar, que não merecem crédito, que não têm base na sociedade. Até os tucanos ficaram com vergonha. Os partidos da direita sabem que a tentativa de um golpe seria destampar a caixa de pandora da revolta popular. E isso é muito perigoso. A mídia no Brasil é o principal partido ideológico da direita. Mas sua função é manter o governo acuado, com medo de fazer mudanças. Além disso, fazer uma campanha permanente na sociedade mantendo a hegemonia da visão de mundo burguesa, defendendo sempre os interesses dos privilegiados e os falsos valores do individualismo, egoismo e consumismo, como se isso fossem valores da liberdade e da democracia.

A tese de impeachment da presidente Dilma Rousseff pode prosperar? O sr. vê motivos para isso?

Não há nenhum motivo real. A presidenta não está envolvida em nenhum crime. Esse movimento é absolutamente antidemocrático, de quem não se conforma com a vontade da maioria do povo. Alegar conhecimento de fatos de corrupção em empresas estatais é simplesmente fantasioso. Os fatos que vieram à tona na Petrobras estão sendo perpetuados há 15 anos, segundo a Procuradoria-Geral da República, portanto, iniciaram no governo FHC. Os diretores envolvidos foram indicados por partidos conservadores. Não me consta que algum deles tenha ficha no PT. Por outro lado, há denúncias de corrupção no governo FHC e em muitos governos estaduais e municipais, e não tenho notícias de algum pedido de impeachment.

Como o MST se posicionará diante desse quadro?

Defendemos que todos os casos de corrupção sejam investigados à exaustão e denunciados, sobretudo os corruptores, que na maioria das vezes saem impunes. Todos os que cometeram algum delito devem pagar por eles. É preciso que a sociedade se dê conta que a corrupção é um modo de agir permanente no capitalismo, em que as empresas e seus políticos procuram se apropriar de recursos públicos. Por isso, sempre existiu corrupção neste país. E a única forma de combatê-los, não é apenas usar a Polícia Federal, porque é impossível controlar. A forma de combatê-la é aprofundar mecanismos de participação popular na gestão pública, em que povo tenha mais informações e instrumentos para acompanhar. Enquanto a administração pública for apenas um privilégio de algumas pessoas, partidos e empresas, sempre haverá corrupção em todos os partidos que chegarem ao governo, seja federal, estadual e municipal.

O fato de a presidente não ter criado nenhum fato político importante desde a eleição pode 
estar contribuindo para a desestabilização do governo?

Não acredito em desestabilização do governo. Estamos vivendo um período de transição do primeiro para o segundo mandato, que sempre é muito lento e tensionado, pelos grupos que querem influenciar o próximo governo. Embora para a pequena politica o fato da presidenta ter tirado uma semana de férias e depois uma longa viagem ao exterior estimulem especulações de todo tipo.

Como os movimentos sociais e, em particular, o MST devem se comportar nesse quadro político agitado?

Esse período de transição até janeiro é sempre de debates e de expectativas. Acho que os movimentos sociais deverão se preparar e ampliar a pressão social nas ruas, fazendo luta social para que os problemas do povo sejam resolvidos de uma forma mais rápida. E nenhum governo do mundo, federal, estadual ou municipal funciona sem a pressão do povo. Os problemas de moradia, transporte público, especulação imobiliária, juros estratosféricos, falta de terra e vagas restritas na universidade estão ai, pedindo soluções urgentes.

O que o sr. espera do futuro governo Dilma?

Espero que o governo saiba entender o recado das urnas e a vontade da imensa maioria de nosso povo. Nosso povo quer mudanças, mudanças no governo, mudanças na forma de fazer politica e mudanças que possam acelerar a solução de seus problemas. E o governo precisa sinalizar que quer fazer mudanças para resolver os problemas do povo. Esses sinais podem ser simbólicos na composição do novo ministério, como devem ser reais, na apresentação de propostas concretas.
Todos os movimentos sociais temos propostas concretas de soluções praticas. Basta o governo ser mais humilde, convocar cada setor e terá as propostas necessárias para as mudanças. Se o governo não fizer isso, corre o risco de cair num descredito popular e navegará na mesmice, do mais do mesmo, que não resolve nenhum problema e só aumentará a tensão social, que voltará nas ruas, com mais força. E ai contra o governo também.

Qual sua expectativa sobre o tipo de oposição parlamentar que será feita?

O Congresso brasileiro infelizmente tem se revelado um balcão de negócios. O financiamento privado das campanhas deformou sua representação em relação à sociedade. Apenas dez empresas elegeram 70% dos parlamentares nestas eleições. O Congresso e a democracia brasileira foram sequestrados pelas empresas. Por isso, o povão não acredita mais nos políticos, porque não se sente representado. Os executivos das grandes empresas que se sentem representados por esse sistema político, por ter seus financiados nas campanhas no Congresso. Por isso, só há uma solução, realizarmos uma reforma politica, através da convocação de uma assembleia constituinte exclusiva do sistema político.

O MST participa da campanha pela Constituinte do Sistema Político, que reúne 400 organizações. O que o movimento quer com essa campanha?

Nós temos uma plenária nacional com mais de 400 movimentos, entidades e organizações, organizamos mais de 2 mil comitês populares em todo o país. Recolhemos quase 8 milhões de votos de eleitores, exigindo a convocação de uma assembleia constituinte. Espero que os poderes da República entendam esse recado. A presidenta Dilma parece que entendeu.
O que queremos é que, seguindo o rito da lei, o atual Congresso aprove um projeto de decreto legislativo, que foi apresentado agora em outubro, com 188 assinaturas de deputados, para a convocação de uma plebiscito legal, em que a população seja consultada se quer ou não uma Assembleia Constituinte para fazer a reforma política. Aprovado o plebiscito, deveríamos realizá-lo ainda em 2015. Aprovada a convocação da Assembleia, que se formasse uma comissão de juristas indicados pelo Congresso para formatar uma proposta de eleição soberana, sem influência do poder econômico, garantindo representatividade popular, de etnias, gênero, para elegermos uma Assembleia exclusiva, para em curto prazo preparar um novo modelo de sistema político para o país. Uma reforma política que não se restrinja a regras de financiamento e listas de candidatos, mas que debata com a sociedade o modelo mais democrático para garantir que a vontade do povo seja cumprida. Para isso, é necessário fazer mudanças no Poder Judiciário e no atual monopólio da mídia, afinal, que fazem parte do nosso sistema politico.

Como o sr. sente o clima político entre militantes de base e povo em geral? Há base social para uma ruptura institucional?

O povão quer mudanças, quer sinais concretos para acelerar a solução de seus problemas. Os militantes sociais estão organizando comitês e participando ativamente dos debates, para que possamos convocar uma assembleia constituinte. Percebo que há uma reanimação da juventude, em participar da politica. No meu entender, foi essa militância que no segundo turno garantiu a vitória da Dilma, com sua mobilização na campanha. Não há risco de ruptura institucional. O que viveremos no próximo período é um quadro de muitos conflitos, debates e confusão ideológica.
Cabe aos movimentos seguir organizando o povão para fazer luta social. E cabe ao governo dar sinais que quer mudanças.

Qual sua avaliação sobre a Operação Lava Jato e a situação interna de corrupção na Petrobras?

Sabe-se pela imprensa que esse esquema está montando na Petrobras desde os tempos do governo FHC. É uma vergonha que muitos diretores se locupletaram e se desviaram milhões. Uma vergonha que as empresas pagassem esse pedágio e certamente incluíam depois no custo das obras. Esperamos que a Polícia Federal e a Justiça Federal sejam transparentes, para que toda a sociedade possa acompanhar a realidade dos fatos. Os responsáveis devem ser punidos pelos desvios. O que não podemos aceitar é uma partidarização, que a mídia burguesa está tentando fazer, como se fosse um esquema do PT. Os corruptos e corruptores não tem partidos, têm apenas interesses pessoais. O salutar seria que todas as empresas estatais, do governo federal e de alguns grandes estados como Minas, São Paulo e Rio, também passassem por esse pente fino. A corrupção é um modo particular do capitalismo funcionar na gestão dos recursos públicos.

O País está avançando institucionalmente, em razão das prisões, finalmente, de corruptores e corruptos, ou esse é apenas um dado normal de um país democrático?

A democracia não pode ser medida pelo número de prisões. A democracia deve ser medida pelo grau de participação popular efetiva nos destinos da Nação. A democracia deve ser medida pelo grau de igualdade que todos os cidadãos devem ter em relação a oportunidades de ter trabalho, terra, moradia, educação e cultura. Infelizmente, o Brasil está muito longe de ser uma sociedade democrática. Ao contrário, estamos entre as sociedades de maior desigualdade social do mundo, apesar de termos a oitava maior riqueza. Portanto, somos uma sociedade altamente antidemocrática.

O MST pretende se pronunciar formalmente sobre o momento político?

Já estamos nos posicionando nas plenárias de nosso movimento, fazendo debates com nossa militância, participando das plenárias com outros movimentos sociais, nos reunindo com parlamentares e políticos amigos. Nossa pauta é seguir organizando o povo, para lutar por terra, lutar por uma reforma agraria popular, e lutar por uma sociedade mais justa e democrática.

Quais os reflexos para a luta no campo das confabulações políticas em Brasília?

Brasília é uma ilha da fantasia. O mundo real dos problemas do povo, da cidade ou do campo, ficam muito longe das preocupações de Brasília. Os governos em geral sempre são muito burocráticos e desvinculados da vida real. Como dizia um mestre: ” os governos em geral são surdos e cegos” para as demandas populares. Daí a necessidade do povão se organizar e lutar por seus direitos.
Nós, do MST, esperamos que o Governo Dilma faça muitas mudanças em Brasília no próximo período. Mude a orientação do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do Incra. Mude o jeito de administrar a Conab- Companhia Nacional de Abastecimento, transformando-a numa grande empresa que compre todos os alimentos produzidos pela agricultura familiar e garanta o abastecimento a baixos preços aos trabalhadores. Mude a forma de administrar a educação, enfrentando os problemas do analfabetismo, que ainda atinge a 14 milhões de trabalhadores adultos. E a universalização do acesso dos jovens à universidade, hoje restrito a apenas a 15%.
Esperamos que a Dilma chame o MST, os movimentos da Via Campesina e chame todos os movimentos populares para ouvir nossas propostas de soluções de problemas, assim como fez nas eleições. Espertamos que o governo compreenda que só a convocação de uma Assembleia Constituinte pode de fato construir uma reforma politica, que devolva a democracia ao povo.
 
O governo da presidente Dilma tem condições de retomar a iniciativa política? Quais medidas deve tomar?

As urnas deram esse poder da iniciativa politica à presidenta. O governo deve atuar de forma simbólica, sinalizando para o povo e para as organizações populares que quer mudanças, ao reorganizar o ministério. E preparar medidas de impacto popular já no primeiro trimestre. O povo está de olho esperando esses sinais.

O sr. concorda com a tese de que o novo governo ficou velho antes mesmo de ser anunciado?

Não concordo. O governo não tem idade. Ele precisa é demostrar claramente de que lado está. Se está do lado dos bancos, dos especuladores, do capital estrangeiro, das empresas transnacionais, do latifúndio, ou do lado do povo.

Em particular, qual sua avaliação sobre a postura política de líderes do PSDB, como o ex-presidente Fernando Henrique, o senador Aécio Neves e outros?

Os tucanos têm o direito legítimo de se manifestar e fazer oposição democrática ao governo. Mas seu programa é do passado, e claramente vinculado apenas aos interesses dos bancos e das grandes empresas, o chamado programa neoliberal, que aplicaram durante oito anos no Brasil, e em São Paulo e Minas Gerais por mais de 15 anos. Foram derrotados, porque seu programa não resolve os problemas do povo, só aumentam. Por outro lado, sua postura politica é tipicamente de lideres partidários medíocres, expressão apenas das elites. Por isso, não têm lideres populares em quem o povo confia ou que possam mobilizar e sensibilizar as multidões.

Como foi a experiência de ter participado do encontro de movimentos sociais no Vaticano? Como foi a experiência de encontrar o Papa Francisco? O que pode falar sobre ele?

A Igreja Católica passou os últimos trinta anos imersa numa visão conservadora do mundo. Isso levou o Vaticano a uma grave crise econômica, política e moral. Por isso, Ratzinger teve coragem de renunciar para encontrar uma saída para a crise. E a saída foi escolher um cardeal progressista, e pela primeira vez em dois mil anos, o primeiro Papa representante da América Latina e do Hemisfério Sul. O papa Francisco demonstra ter consciência das mudanças que precisam ser feitas.
Teve a generosidade e a sabedoria de convocar um encontro mundial, com cem líderes populares de todo o mundo, representantes dos mais diversos segmentos dos trabalhadores, dos mais pobres, sem perguntar qual era a crença, líder, ideologia e programa de cada um. Lá nos reunimos durante três dias para analisar a situação atual dos problemas do mundo. Avaliamos as razões e levantamos possíveis saídas. O papa Francisco esteve conosco e manifestou sua opinião num contundente discurso. Saímos de lá, todos, revigorados, percebendo que independente de etnia, crença ou idade, todos enfrentamos os mesmos problemas e que as soluções dependem de uma grande mobilização mundial. Quanto ao personagem Francisco, me surpreendeu pela simplicidade, coragem e sabedoria. Temos um papa gaúcho, mas acima de tudo universal.