segunda-feira, 25 de maio de 2015

Mensagem do PAPA FRANCISCO.



"Há um critério para saber se Deus está perto de nós ou se está longe: todo aquele que se preocupa com o faminto, com o maltrapilho, o pobre, o desaparecido, o torturado, o prisioneiro, com todos esses corpos que sofrem, está perto de Deus. “Chamarás o Senhor e Ele te escutará”. A religião não consiste em rezar muito. A religião consiste nessa garantia de ter meu Deus perto de mim porque faço o bem aos meus irmãos. A garantia de minha oração não está em dizer muitas palavras; a garantia de minha prece é muito fácil de conhecer: como me comporto com o pobre? Porque ali está Deus”. (Dom Oscar Romero 05-02-1978)

“Hoje vivemos a cultura do descartável. Pensar que hoje as crianças que não têm o que comer não fazem notícia. Isto é grave. Isto é grave. Não podemos ficar tranquilos. Não podemos ser aqueles cristãos bem educados, que falam de coisas teológicas enquanto tomam chá, tranquilos: não. Devemos nos tornar cristãos corajosos e ir em busca daqueles que são a carne de Cristo. Quando damos esmola, olhamos nos olhos de quem a pede? Tocamos a sua mão ou lançamos a moeda? A pobreza, para nós cristãos, não é uma categoria sociológica ou filosófica ou cultural: é uma categoria teologal.”

(Papa Francisco 19/05/2013)

sexta-feira, 22 de maio de 2015

RONALDO SEMPRE NA LUTA: Por um projeto Petista em Nova Iguaçu.



Companheiros e Companheiras,

Venho manifestar a desistência de minha pré-candidatura a Prefeito pelo Partido dos Trabalhadores em Nova Iguaçu no futuro pleito de 2016. É sabido que nosso projeto de candidatura majoritária foi nascido no seio da Corrente da qual milito, a EPS (Esquerda Popular Socialista) corrente interna do PT, organizada em mais de 17 Estados brasileiros,  fortemente vinculada com os movimentos sociais. À época da fundação de nossa corrente, um dos pilares de nosso documento dizia: “compromisso em disputar os rumos do PT para que ele se estabeleça como um partido capaz de aprofundar e radicalizar a disputa pela hegemonia política, econômica e cultural, impulsionando as lutas, constituindo massa crítica e mobilizando a sociedade dentro da perspectiva posta pela agenda dos movimentos sociais e sindical.”

Precisamos construir um PROJETO POLITICO de PODER LOCAL, e o FERREIRINHA pelo acumulo de ter sido 5 vezes vereador, Secretário Municipal e protagonista de lutas como a Escola Técnica Federal de Santa Rita, a Universidade Pública em Nova Iguaçu dentre outras e sua participação ativa junto aos movimentos sociais nos faz sentirmos representados com sua candidatura.

Fazemos um chamamento ao conjunto dos filiados e a direção para que possamos construir um projeto partidário que resgate o legado da boa gestão petista promovida pelo Prefeito Lindbergh Farias e que combata esse desgoverno do Prefeito Bornier.

Aproveitamos para informar ao conjunto de nossa militância em Nova Iguaçu me mantenho firme na trincheira de construir a candidatura a Prefeito de Ferreirinha e a minha candidatura a vereador em 2016.

Saudações Socialista.

Corrente interna – Esquerda Popular Socialista

RONALDO SEMPRE NA LUTA.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Igreja Católica abre-se à teologia da libertação enquanto seu fundador é recebido no Vaticano.




Durante décadas, Gustavo Gutierrez, teólogo peruano e padre dominicano, foi tratado com desconfiança e até mesmo com desprezo pela hierarquia do Vaticano, que o viam como um marxista agitador perigoso que usava a fé como um instrumento de revolução. 

Gutierrez foi o fundador de um movimento progressista dentro da Igreja Católica conhecido como a Teologia da Libertação, e embora nunca tenha sido censurado da forma que alguns de seus compatriotas de filosofia foram, com freqüência, havia rumores de que Gutiérrez estava sendo investigado pelo czar doutrinal do Papa João Paulo II, um cardeal alemão chamado Joseph Ratzinger que depois se tornaria Papa Bento XVI.

A reportagem é de Stephanie Kirchgaessner e Jonathan Watts, publicada no sítio do jornal britânico The Guardian, 11-05-2015. A tradução é de Claudia Sbardelotto.

Entretanto, quando esse peruano de 86 anos de idade chegar a Roma esta semana como um dos principais palestrantes em um evento do Vaticano, ele será recebido como um convidado, em uma demonstração impressionante de como o Papa Francisco - o primeiro pontífice latino-americano - está trazendo para o primeiro plano da sua Igreja alguns dos princípios desse movimento, muitas vezes, considerado controverso, particularmente em seus pronunciamentos contra o flagelo da pobreza e os perigos do capitalismo.

Em seu auge no final dos anos de 1960 e 1970, a teologia da libertação - um movimento americano distintamente latino - pregou que não era o suficiente para que a Igreja simplesmente tivesse empatia e cuidado pelos pobres. Em vez disso, diziam os seus seguidores, a Igreja precisava de ser um veículo fundamental que pressionasse por mudanças políticas e estruturais a fim de erradicar a pobreza, mesmo - alguns acreditavam - se isso significasse apoiar a luta armada contra os opressores.

O Papa Francisco nunca proclamou ser um teólogo da libertação e, de acordo com biógrafos papais, até mesmo foi um crítico dos aspectos do movimento ainda quando era conhecido como Padre Bergoglio em sua terra natal na Argentina.

"Ele era muito crítico da versão marxista liberal da teologia da libertação", disse Austen Ivereigh, que escreveu uma biografia do Papa Francisco. "Naquela época, você tinha movimentos de esquerda na América Latina, mas na verdade eram movimentos de classe média, que Bergoglio acreditava utilizavam os pobres como instrumentos”. Tinha uma frase que ele usava que dizia que eles eram a favor do povo, mas nunca estavam com eles.

Mas desde a sua eleição como pontífice, em 2013, através de sua insistência de que a Igreja seja "para os pobres" e com seus criticismos ao capitalismo e ao consumismo, um longo caminho vem sendo trilhado para a reabilitação do movimento da Teologia da Libertação e sua incorporação dentro da Igreja. 

Especialistas apontam, também, para a decisão de Francisco para declarar Oscar Romero, arcebispo salvadorenho que foi assassinado por esquadrões da morte de direita em 1980, como mártir como outro sinal do ressurgimento da Teologia da Libertação.

Outro teólogo que estudou com Gutierrez, Michael Lee, da Universidade Fordham, disse que Francisco está "aberto" à teologia da libertação porque ele compreende as estruturas sociais e econômicas que "desumanizam as pessoas".

"No coração da teologia da libertação está o evangelho - a boa notícia do cristianismo - que não é puramente interior, mas precisa tratar um dos problemas mais prementes do nosso tempo, e isso é a massiva pobreza global", afirma Lee.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Bastidores Fluminense 1 x 0 Joinville - Campeonato Brasileiro 2015.





O autor do gol da vitória do Fluminense sobre o Joinville fez um justo reconhecimento à mulher que o colocou no mundo na véspera do Dia das Mães. Graças a ela também, o Time de Guerreiros venceu em sua estreia no Campeonato Brasileiro, na noite do último sábado, no Maracanã. Por praticamente um jogo inteiro, a equipe tricolor dominou as ações, mas o gol teimava em não sair. Até que Vinícius acertou lindo chute de fora da área nos minutos finais e trouxe o alívio para a melhor torcida do país, que não parou de apoiar em momento algum. Confira os bastidores dos primeiros três pontos do Flu na competição. 

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Macapá: Trabalhadores ocupam prefeitura contra a política do PSOL.



Os trabalhadores da Educação completam 12 dias de greve e, junto com os trabalhadores da Saúde, ocupam o prédio da Prefeitura para exigir negociação com Clécio Luís (PSOL)

Márcio Ferreira, de Macapá (AP)
Já são 12 dias em greve de mais de 3 mil trabalhadores da educação municipal de Macapá. São professores, merendeiras e serventes que permanecem em luta contra a Prefeitura de Clécio Luís e do PSOL-AP. São trabalhadores que, em sua grande maioria, acreditaram e votaram em Clécio e no PSOL como uma alternativa de mudança.

Os trabalhadores de Macapá estavam cansados dos desmandos de Roberto Góes (PDT), que havia sido preso durante seu mandato como prefeito durante a Operação "Mãos Limpas” da Polícia Federal, que prendeu também seu primo e atual governador Waldez Góes, também do PDT. Os trabalhadores acreditaram nas promessas do PSOL, mas,  infelizmente hoje o sentimento da categoria e da população macapaense é de estelionato eleitoral pelas promessas não cumpridas.

Uma greve para entrar para a história

Durante todos os governos municipais a categoria foi à luta. E Clécio Luís (PSOL) esteve na mobilização junto a esses trabalhadores. Quando era vereador de Macapá, foi o porta-voz da categoria. A atual greve, porém, é a mais histórica, segundo os trabalhadores. “Ele veio daqui. Fiz campanha para ele. Bati de porta em porta para convencer as pessoas a votarem nele, mas ele nos traiu”, afirmam muitos professores. “Além de ele ser professor, ele sempre esteve aqui. Agora, demora em receber a categoria, iludiu professores e auxiliares, no ano passado. E o pior, ele  vira as costas para nós. A paciência da categoria e da maioria da população em Macapá acabou. Não podemos aceitar da Prefeitura do PSOL, que traz no nome o ‘socialismo’ manter a mesma estrutura de governo da direita e atacar o direito dos trabalhadores”, afirmou Ailton Costa, presidente da Executiva Municipal de Macapá e militante do PSTU.

Hoje, muitos professores são obrigados a fazer coleta para comprar materiais, realizar rifas para garantir a estrutura dentro de sala de aula e o mais absurdo: "É preciso, em alguns momentos, tirar dinheiro do bolso para comprar arroz ou suco para o lanche das crianças", como relataram vários professores no microfone em frente à Prefeitura de Macapá.

Infelizmente, essa realidade não é só no município. No Estado governado por Waldez Góes (PDT), podemos encontrar situações piores. Contudo, o PSOL em Macapá optou por uma governabilidade com os partidos da burguesia e do governo. Com a justificativa de que a prefeitura não tinha dinheiro, Clécio ofereceu 4% de reajuste aos trabalhadores da Educação. Porém, os “super-salários” de secretários e secretarias extraordinárias ele não muda. Isto têm cobrado um preço do PSOL que é de aprofundar a crise política perante a população macapaense e as lutas do funcionalismo municipal.

Os métodos da prefeitura do PSOL

Outro aspecto dessa contradição da “governabilidade” do PSOL-AP são os métodos de desmobilização da greve e ataques ao PSTU por parte de seus militantes e dirigentes do movimento, com calúnias nas redes sociais. Práticas que somente a burguesia e o stalinismo usam para combater seus oponentes. A prefeitura do PSOL tem adotado táticas de desmoralização da greve que nem a direita, que esteve durante quatro anos no poder, ousou adotar, como as reuniões com a comunidade escolar na tentativa do retorno parcial das aulas, pressão em professores que tem o famigerado pró-labore. Nesse programa, a prefeitura contrata o professor que é do quadro para ministrar aulas no período de folga do mesmo. E o professor, que precisa complementar o baixo salário, aceita. Nesse caso, a prefeitura tem dois professores, pagando por um. Ou seja, a prefeitura de Clécio aprofundou o caos na educação municipal.

Esses ataques também são desferidos nas organizações que lutam junto aos trabalhadores. O PSTU tem sofrido calúnias nas redes sociais por parte de militantes da direção do PSOL-AP, em uma tentativa desesperada de frear quem luta. O PSTU lamenta tais fatos, pois o PSOL Macapá tem adotado um caminho sem voltas para um lugar que eles mesmos desconhecem. Por isso, ou Clécio e o PSOL rompem com a burguesia e a “governabilidade” para todos e constroem um programa voltado para os anseios mais sentidos pela classe macapaense, ou terão que enfrentar uma onda de lutas contra a precariedade dos serviços e a desvalorização dos servidores.

Os trabalhadores estão convencidos: É preciso lutar e é possível vencer

E na manhã de 28 de abril, a paciência acabou. Cerca de 600 trabalhadores ocuparam o prédio da Prefeitura Municipal de Macapá, e estão exigindo que o Prefeito Clécio (PSOL) negocie a contraproposta da categoria. A greve da educação municipal ganha mais trabalhadores para lutar. Além da Educação, os trabalhadores da Saúde (agentes de endemias, de saúde e enfermeiros) iniciaram uma greve em defesa do piso nacional da categoria dos agentes de saúde e endemias.  O sentimento que se instalou nas categorias que estão em luta contra a Prefeitura de Clécio e o PSOL é de que é preciso lutar. É possível vencer.

Mas para isso será preciso construir nas lutas uma alternativa para os trabalhadores e jovens de Macapá. Que não confie um milímetro na Câmara Municipal de Macapá e nas ilusões da Prefeitura de Clécio (PSOL). A única confiança é depositar nas lutas da classe a possibilidade de uma saída para a população macapaense, e que ela logo se espalhe para a luta no Estado, contra a política de privilegiar os ricos de Waldez Góes (PDT).

Porém, o episódio mais trágico da luta em Macapá é o papel que o PSOL vem cumprindo como aliado da burguesia e do engano a classe macapaense que nutriu o sentimento de mudança por esse partido. Assim, o PSTUa credita que é preciso construir uma grande Greve Geral do funcionalismo de Macapá contra a proposta de Clécio , a precariedade dos serviços como Educação, Saúde, endemias, vigilantes e todos aqueles estão indignados com o caos na cidade. Alem, é claro, de incorporar a luta nacional contra a PL 4330.

UM POUCO DE NOSSA HISTÓRIA YOUNG FLU.





"ARMANDÃO, UM DOS FUNDADORES DA YOUNG FLU"

(Entrevista Observatório do Fluminense) Carla Andrade
Dezembro 2014

ARMANDÃO veio passar o fim de semana no Rio de Janeiro, ele mora em São Paulo há vinte anos, para prestigiar o evento e assistir a partida do tricolor contra o Corinthians, no Maracanã. E para celebrar os 44 anos da Torcida Young Flu, ele me concede uma entrevista.

Ele relembrou as caravanas memoráveis que fez com a torcida nos anos 70, colocou a importância do Fluminense estar acima de tudo e acalenta um sonho: “Ainda vou ver o Fluminense ser campeão da Sulamericana, ver o Fluminense ser campeão da Libertadores e do Mundial.”

44 ANOS

Armando Alcoforado - Fundamos a Young em 12 de dezembro de 1970. Eram duas facções. Eu com a turma da Arthur Menezes fomos ao Maracanã, num Fluminense x Cruzeiro, com a camisa tricolor. Queríamos fazer uma torcida jovem do Fluminense. Encontramos com o pessoal que veio do Riachuelo, com o Pedruco, e nos unimos para assistir o jogo.

Marcamos uma reunião para a semana seguinte e uns quinze compareceram. Longa conversa sobre conceitos e outros pontos. Surgiu o nome diferente para uma torcida diferente e com uma metodologia completamente diferente. Young Flu. Para mostrar que nosso grupo tinha representatividade, além de dar trabalho para a turma que já existia, a Organizada e a Força Flu.

Tivemos um grande desafio para alocar a Young Flu. Seria atrás do gol?

Atrás do gol tinha uma coisa que ninguém lembra, aquele pessoal das apostas do Maracanã. Eles faziam apostas sobre quem daria a saída ou quem bateria o primeiro escanteio. Era um local onde tinha de tudo. Todo jogo, o pau comia e a gente brigava com aqueles senhores até que eles cansaram da gente e abandonaram o lugar. Foi assim que a Young Flu conquistou o seu espaço, assim que a torcida se fez como uma torcida de jovens guerreiros.

Bateria nota dez de uma torcida nota dez:

Armando Alcoforado - Tínhamos uma bela bateria, era a melhor de todas. Ela era acompanhada por uma torcida apaixonada. Éramos pequenininhos, mas com tudo para crescer. E crescemos. Hoje é a maior facção da torcida do Fluminense. Na época lançamos uma camisa verde com as golas e os punhos grená, só que a Força Flu lançou a blusa verde também, então decidimos usar o branco. Unimos o útil ao agradável e ficou tudo certo.

Hoje é uma torcida conhecida no Brasil todo com mais de 70 mil sócios e inúmeros núcleos. Moro em São Paulo há vinte anos e posso afirmar que o que tem de carioca lá é impressionante. Tanto que montaram o Sampa Flu, local onde nos reunimos para assistir aos jogos. Estimo que, hoje, a nação tricolor está em torno de 10 a 11 milhões de torcedores.

Duas Épocas:

Armando Alcoforado - Vou te explicar o que aconteceu com a Young Flu. O primeiro presidente foi o Pedruco, só que dois anos depois ele faleceu e eu, como era o vice, tive que assumir. E aquilo foi um enorme desafio. Éramos Fluminense e não Young Flu, o que não acontece hoje quando muitos colocam o nome da torcida no lugar do clube.

A tendência foi crescer. Virou ponto de encontro assistir os jogos atrás do gol, junto com o pessoal da Young Flu. Em 1977 eu saí e quem assumiu foi o Gino, um cara gente boa, mas ficou só um ano. Ele deu lugar ao senhor Armando Giesta.

Problemas e desafios:

Armando Alcoforado - A torcida tem alguns problemas, pois é bem difícil você segurar uma torcida com mais de 70 mil pessoas e os abnegados. Vejo as punições que a Young sofre de São Paulo e isso prejudica muito o clube. As torcidas precisam se reciclar, se policiar e evitar brigar com as outras torcidas, pois não ajuda em nada esse tipo de atitude. Temos que ser amigos.

Vim de São Paulo para encontrar com o Sérgio Aiub, que foi fundador da Organizada, e com o Valter Veloso, fundador da Força Flu, e somos todos amigos, cada um dentro da sua filosofia.

A torcida do Fluminense sempre foi independente do clube, desde que começamos. Não dependíamos do clube para nada. Tínhamos três credenciais para entrar antes dos jogos, para empacotar os talcos, guardar as bandeiras e colocar as faixas. Não ganhávamos ingressos. Colocávamos inclusive dinheiro do nosso bolso e também fazíamos lista para coletar dinheiro de torcedores no Maracanã.

Temos uma coisa que ninguém tem, pois a história do Fluminense é única e completamente diferente das dos outros times.

Naquela época fazíamos o trabalho na torcida com muito amor. Acho que falta isso nos dias de hoje. Da torcida e dos jogadores. Não dá para conceber um jogador que beija o escudo do Fluminense e depois beija o de outro time. Desculpa.

Comecei a ver jogos do Fluminense em 1963, no ombro do meu pai. Foi um zero a zero na final contra o Flamengo que sagrou-se campeão. Em 1964, vi o tricolor ser campeão em cima do Bangu e daí em diante passei a acompanhar meu time até fundar a Young Flu

Um time perfeito:

Armando Alcoforado - Trago de recordação times formados por grandes jogadores que ficaram anos e anos no clube. Inesquecível é aquele time de 1969/1970 que tinha Felix, Oliveira, Galhardo, Assis e Marco Antônio; Denilson e Didi; Cafuringa, Samarore, Flávio e Lula. Foi campeão de tudo, inclusive da Taça de Prata, nosso primeiro campeonato brasileiro. Não perdia para ninguém, era um timaço.

Momentos marcantes:

Armando Alcoforado - Foi um prazer ver o Francisco Horta tornar-se presidente do clube, em 1975, e trazer para o Fluminense um dos melhores jogadores que eu vi vestir a camisa tricolor: Roberto Rivelino. O Fluminense só não foi Campeão Brasileiro em 1976 porque caiu uma chuva torrencial no Rio de Janeiro e fomos para os pênaltis contra o Corinthians e perdemos.

Lembro que a torcida do Corinthians afirmou que invadiu o Maracanã, mas eles só trouxeram 40 mil pessoas para o jogo que teve 170 mil de público. O resto era de quem? Era só tricolor.

Caravana inesquecível:

Armando Alcoforado - Fui a diversas caravanas, mas a que eu nunca mais esquecerei na vida foi quando o Rivelino chegou e tivemos o jogo de volta contra o Corinthians, no Pacaembu. Eu, Sergio Aiub e o Valter conseguimos encher um ônibus, 45 torcedores, para um jogo amistoso numa quarta-feira à noite. Chegamos ao Pacaembu que estava lotado. Ficamos entre a bandeirinha do corner e o meio de campo, os abnegados. Eu batendo no surdo cheio de morteiros dentro, pois se desse alguma confusão poderíamos jogar aquilo nos caras.

Começou o jogo: 1 x 0 Corinthians. Pensei que a gente ia morrer naquele dia. Dez minutos depois, Rivelino fez o gol do empate. Pulamos, gritamos. Mas não foi só a nossa torcida, o Pacaembu todo e eu nunca vi coisa igual. Todos gritavam o gol do Rivelino. A essa altura, um torcedor corintiano me diz: “Vocês levaram o maior craque que vestiu a camisa do nosso clube. Estão de parabéns”. Vencemos a partida, com o segundo gol de Marco Antônio, e nós saímos numa boa, ninguém morreu e estamos vivos até hoje. Olha, eu tenho eu que beijar os pés deste cara.

Viajar era tudo. Eu queria acompanhar o Fluminense em tudo o que é lugar. Naquele tempo valia a pena. O jogador ficava anos no clube, vestia a camisa e amava o clube. Hoje, não viajaria como antes. Posso até estar errado.

Brasileiro 2010:

Armando Alcoforado - Acompanhei 2010, quando o Fluminense foi campeão, e vi a invasão que a torcida do Fluminense fez em Barueri. Eu fiquei impressionado. Como chefe de torcida o máximo que levei foi 33 ônibus. Quando cheguei em Barueri vi que 33 eram só da Young Flu. Fora as outras, fora os carros e fora estar na estrada e ver passar vários carros com placa do Rio de Janeiro. Isso não tem preço.

Minha filha que estava comigo ficou surpresa e me disse: “Pai, parece que estamos no Rio!”. O Fluminense com um belo de um time fez a torcida abraçar o clube.

MENSAGEM PARA NOVA GERAÇÃO:

Armando Alcoforado - Primeira coisa, tem que ter objetivo, um foco de incentivar o Fluminense. Cobrar o mínimo necessário, que o profissional honre a camisa do Fluminense. Segundo, torcer pelo Fluminense e não pela torcida. O Fluminense é maior do que nós. O Fluminense fica e a gente passa. Isso é o fundamental. A Young Flu vai ficar e a gente vai passar.

A FILOSOFIA É TORCER PELO FLUMINENSE, É O AMOR E SEM ISSO NÃO HÁ NADA.

Fonte: Observatório do Fluminense Football Club
com: Carla Andrade