quinta-feira, 30 de junho de 2011

Carlos Araújo, ex-marido de Dilma Rousseff, revela ações guerrilheiras em novela do SBT


Rio - A série de depoimentos de ex-presos políticos que lutaram contra a Ditadura, iniciativa elogiada na novela ‘Amor e Revolução’, do SBT, ganha capítulos contundentes na próxima semana. Enquanto o autor da trama, Tiago Santiago, planeja ligar para a presidenta Dilma e tentar o testemunho mais aguardado, o advogado Carlos Araújo, ex-marido e pai da filha de Dilma, vai falar em cinco capítulos sobre suas ações guerrilheiras, torturas sofridas e a relação com a presidenta da República.

“Ele coloca a Dilma numa posição de planejamento das ações e narra o assalto que fez ao cofre com dinheiro do político Adhemar de Barros. Estou curioso para ver no ar”, diz Tiago, o autor da novela.Carlos vai aparecer pela primeira vez na tela após o capítulo de segunda-feira, em que está prevista a cena na qual Nina (Patrícia Dejesus) e Padre Inácio (Pedro Lemos) fazem sexo na sacristia. E começará falando da relação de companheirismo com Dilma, da felicidade pela presidenta não ter ficado com sequelas após as torturas e de ações conjuntas em bancos e quartéis para obter dinheiro e armas. “Praticamos ações sociais também: pegávamos caminhões de carne na Baixada Fluminense e distribuíamos em favelas”, diz Carlos Araújo. Em seu depoimento, ele narra ainda sua tentativa de suicídio ao se jogar sob um carro.Para Tiago, as falas de figuras importantes já trouxeram muitas revelações, nem todas com a devida repercussão. “O filho do presidente João Goulart disse que o pai foi envenenado, assassinado, e luta para exumar o corpo”, sublinha Tiago.E fala sobre a negativa de Dilma em participar. “Já convidamos através de amigos e assessorias, e vou ligar pessoalmente. Mas entendo que ela esteja preocupada com o momento presente do País, que mantenha o distanciamento”, afirma. Os bastidores dos ‘anos de chumbo’Em trechos de seu depoimento, o ex-marido elogia a presidenta e diz que ambos se orgulham do que passaram juntos. “Sempre nos identificamos. O nosso bom companheirismo persiste até hoje.

A Dilma sente muito orgulho do que fez. Ela não ficou com sequelas, felizmente. Entrou na cadeia nova e saiu nova”, diz Carlos.E prossegue: “A Dilma não participou de nenhuma ação armada porque não era o setor dela. Nos orgulhamos do que fizemos, mas isso não quer dizer que somos desprovidos de visão crítica”.E revela o roubo de US$ 2 milhões, dinheiro que é fruto de lavagem, de um cofre na casa de Ana Capriglione, amante de Adhemar de Barros. “Ana nunca pôde denunciar ninguém, é como se não tivesse existido. Como justificaria o dinheiro?”.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Senado instala CPI do Ecad para investigar arrecadação de direitos autorais

Foi instalada ontem (28), no Senado, a comissão parlamentar de inquérito (CPI) que vai investigar o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad). A CPI do Ecad, como está sendo chamada, será presidida pelo autor do requerimento de sua criação, o senador Randolfe Rodrigues (P-SOL-AP), e o relator será o senador Lindberg Farias (PT-RJ).

Segundo Randolfe e Lindberg Farias, a CPI vai trabalhar em duas linhas de ações. A primeira é investigar as denúncias de que a arrecadação de direitos autorais feita pelo Ecad, que é uma pessoa jurídica de direito privado, não é corretamente repassada aos autores das obras. “O Brasil é um dos poucos países no mundo que não têm nenhum tipo de fiscalização sobre a arrecadação de direitos autorais. De 136 países, só 20 não têm nenhum tipo de fiscalização, e o Brasil figura nesse seleto rol”, disse.

A segunda será discutir a lei de direitos autorais que vigora atualmente. Na opinião dos senadores, existem “exageros” na cobrança e na falta de transparência sobre os critérios para a formulação das tabelas que embasam a arrecadação.

A CPI ainda irá definir um plano e um cronograma de trabalho. Apesar disso, o presidente já adiantou que pretende fazer audiência públicas itinerantes em todas as regiões do país.

Conforme descrição na página do Ecad na internet, a instituição é “administrada por nove associações de música para realizar a arrecadação e a distribuição de direitos autorais decorrentes da execução pública de músicas nacionais e estrangeiras”.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Coordenador do programa 'Rio Sem Homofobia' rebate declarações de Myrian Rios


POR REGINA RITO

Rio - A ex-atriz e deputada estadual Myrian Rios, 52 anos, causou a maior polêmica ao relacionar gays com pedofilia. O vídeo com as declarações dela contra a PEC 23/2007 — que inclui a orientação sexual (LGBT) no rol dos direitos fundamentais previstos na Constituição — feito terça-feira passada, no plenário da Alerj, foi parar na lista dos assuntos mais comentados do Twitter, ontem. Mãe de Pedro Arthur, 10, e Edmar, 15, Myrian é da comunidade católica Canção Nova.

“Em casa, gostaria que meus filhos crescessem pensando em namorar uma menina para perpetuar a espécie. Mas se eu descobrir que o motorista é homossexual e poderia estar tentando bolinar meus filhos, partindo para uma pedofilia, eu não poderia demiti-lo, porque vou estar prejudicando o rapaz. Quero a lei para mim também, para demitir, sim”, completou Rios. Cláudio Nascimento, coordenador do programa estadual ‘Rio Sem Homofobia’, rebateu as declarações da deputada. “Ela precisa se atualizar e ler um pouco mais sobre sexualidade e crimes de pedofilia.

A visão religiosa a cegou. Todos os dados hoje apontam que quase 100% dos casos de pedofilia são com heterossexuais. Então, ela não tem que se preocupar em contratar um gay. Tem que se preocupar com a babá, o motorista, os namorados e amigos heteros dela”. E completa: “Quando alguém vai contratar, não pode perguntar a orientação sexual, porque o que importa é se a pessoa tem formação e experiência para o cargo.

É uma pena vir de uma deputada um pensamento tão medieval”, critica.Revoltado, o movimento gay pretende denunciá-la à Comissão de Ética da Alerj.Em comunicado oficial, Myrian explica: “Iniciei meu discurso relatando minha condição de católica, missionária e, como tal, prego o respeito, o amor ao próximo e o perdão. Repudio veementemente o pedófilo e jamais tive a intenção de igualar esse criminoso com o homossexualismo.

Se entenderam desta maneira, peço desculpas. Conto na minha família com parentes e amigos homossexuais e os amo. Da mesma forma, repudio a agressão aos homossexuais, pois nada justifica tamanha violência. Votei contra a PEC-23 por minhas convicções e não contra este ou aquele segmento de determinada orientação sexual”.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Telefone popular a R$ 9,50 por mês, programa do governo Federal.

Novo programa do governo federal vai expandir o serviço para 13 milhões de famílias que ainda não têm aparelho fixo em casa

Rio - A partir da próxima semana, será dado início à implantação do telefone popular no Brasil. Voltado a quem ainda não tem aparelho fixo, o programa prevê assinatura por apenas R$ 9,50, atrelada a um plano de 90 minutos mensais. Atualmente, nas empresas privadas, a assinatura básica de telefonia fixa custa em torno de R$ 46.

O novo projeto vai beneficiar 13 milhões de famílias, que hoje já são atendidas pelo Bolsa Família. Antes, o programa era estendido apenas a cerca de 180 mil assinantes, incluídos no Acesso Individual Classe Especial (Aice) de telefonia fixa.


O valor de R$ 9,50 conta com isenção de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) da arrecadação dos estados. Mas a assinatura popular pode chegar a R$ 13,30, se a gestão local não abrir mão do imposto.


Segundo o governo federal, mesmo com a isenção do ICMS, não haverá perda de arrecadação. O programa é voltado a quem não tem telefone e, por isso, já não paga o imposto por esse serviço.

O projeto do telefone popular faz parte da terceira revisão ao PGMU (Plano Geral de Metas de Universalização). O programa define metas para a expansão do serviço até o ano de 2015. A presidenta Dilma Rousseff vai formalizar o projeto por meio de decreto, que será assinado já na próxima semana e passará a valer imediatamente.

BOLSA FAMÍLIA - Com o programa, que vai incluir os beneficiários do programa assistencial do governo federal, mais 13 milhões de famílias poderão passar a ter o serviço de telefone fixo.

ICMS - Os estados não têm motivo para se preocupar com perda de arrecadação. Como o programa é voltado a quem não tem telefone e já não paga imposto, não vai haver redução.

Fonte: http://migre.me/57KnX

Ronaldo Castro

domingo, 26 de junho de 2011

Doenças como depressão tiram professores de sala de aula.

Cerca de 11 mil docentes estão licenciados. Estado não tem programa de prevenção

POR ALESSANDRA HORTO.

Rio - Depressão, ansiedade e Síndrome do Pânico são responsáveis por 70% dos afastamentos de professores da rede pública do Estado do Rio. A segunda causa é problema com a voz, que soma 25%. Atualmente, 11 mil docentes estão de licença-médica. Apesar do volume expressivo dessas doenças no quadro de licenciados, não há um programa de prevenção oferecido pelo estado. A única opção é o de Saúde Vocal, criado pela Secretaria de Saúde.

O superintendente da Central de Perícia Médica e Saúde Ocupacional, Eduardo de Oliveira Santos, explicou que as condições de trabalho muitas vezes não são as mais adequadas e podem favorecer o aparecimento dos distúrbios. “As causas são multifatoriais. O salário é reduzido. A escola pode estar inserida em uma área de conflito. Alguns ambientes não são favoráveis e comprometem as condições de trabalho. Essas condições precisam ser, dentro do possível, otimizadas, ser melhoradas. Assim como já houve a colocação de microfones em sala de aula”, afirma.

Eduardo Santos explicou que o limite da licença-médica é de dois anos. Segundo ele, metade dos professores licenciados por transtornos de humor se aposenta por invalidez permanente.

O professor Júlio César Machado, 53 anos, há 15 no estado, está licenciado há um ano. Ele se afastou uma semana depois de ser xingado por um aluno que ele suspendeu, por não querer tirar o pé de cima da mesa e nem mudar de cadeira na sala.

Salas lotadas contribuem para problema


O diretor do Sindicato dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe) Tarcísio Carvalho também apontou que as condições de trabalho são responsáveis pelo aumento da depressão entre os docentes. “As salas de aulas estão superlotadas. Existe sobrecarga de trabalho por causa dos baixos salários. Eles (professores) também têm que conviver com situações de violência, dentro das escolas, sem ajuda do estado”, argumentou.

Fonte: http://migre.me/57u9I

RONALDO CASTRO

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Senado aprova projeto do senador Lindberg Farias que anistia bombeiros presos durante manifestação no RJ.


Senado aprova projeto do senador Lindberg Farias que anistia bombeiros presos durante manifestação no RJ.


A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou ontem (22) projeto de lei que anistia os bombeiros militares do Rio de Janeiro punidos pelo governo do estado. Eles participaram de protestos por melhoria nos vencimentos e de condições de trabalho. O autor do projeto, Lindberg Farias (PT-RJ), argumentou que o objetivo da anistia aos bombeiros militares é atender “às expectativas da população do Rio de Janeiro e do país”.

Como foi aprovada em caráter terminativo, a matéria segue para apreciação da Câmara dos Deputados uma vez que não precisará ser votada no plenário do Senado. Em sua exposição, Lindberg Farias (PT - RJ), argumentou que a prisão dos bombeiros, em 3 de junho, “foi um equívoco”. A ordem de prisão dos 429 manifestantes que invadiram o quartel central da corporação partiu do governador Sérgio Cabral.

No dia 16, os bombeiros voltaram a se mobilizar para que os colegas punidos administrativamente pelo governo do estado fossem anistiados. O grupo de cerca de 500 pessoas acampou nas escadarias da Assembleia Legislativa (Alerj). Participaram da manifestação parentes, profissionais da área de saúde e professores da rede estadual de ensino.


Ronaldo Castro

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Documentos inéditos obtidos pelo Estadão revelam como o cardeal e a Igreja combateram a ditadura militar.

A ATUAÇÃO DE DOM PAULO EVARISTO ARNS DURANTE A DITADURA

Por wilson yoshio.blogspot

Do Estadão

2ª Parte da reportagem.

A luta secreta do Cardeal D. Paulo Evaristo Arns


Harper sugere que o Conselho Mundial de Igrejas demonstre apoio às instituições religiosas no Brasil. Poucos dias depois, a entidade em Genebra enviaria telegramas para manifestar sua oposição à repressão e apoio à democracia.

Clandestinos. A relação entre o Conselho e d. Paulo ganharia novas dimensões. Dois anos após a invasão da PUC, o cardeal escreveu ao então secretário-geral do Conselho de Igrejas, Philip Potter, sob o alerta de que o "conteúdo dessa carta deve ser confidencial, dada suas implicações". Era o pedido por fundos internacionais clandestinos para a operação que culminaria na publicação, em 1985, de Brasil: Nunca Mais. A pesquisa revelaria nomes de 444 torturadores, 242 centros de tortura no Brasil e, com os testemunhos de milhares de vítimas, apontaria a dimensão da repressão no País.

O projeto foi ideia do reverendo protestante Jaime Wright, cujo irmão, Paulo, havia sido morto pelo regime. Em vez de procurar sua igreja, o pastor optou por se aliar a d. Paulo. Mas o cardeal resistia em pedir dinheiro para a Igreja Católica no Brasil, temendo que a ala conservadora abafasse o projeto e o denunciasse. A solução era pedir dinheiro de forma ilegal, vindo da Suíça.

Era um projeto ambicioso. O grupo usaria uma brecha na lei para compilar os dados. Para se preparar para a Lei da Anistia, dissidentes e advogados tiveram acesso por 24 horas a seus dossiês. Foi o suficiente para que o grupo detalhasse a repressão em 1 milhão de páginas coletadas.

"Por todo Brasil, em Cortes militares, há uma abundância de material que substanciam 15 anos de repressão, contidas em centenas de dossiês", afirmou d. Paulo. Em outra carta, o cardeal chegou a citar o caráter "enciclopédico da tortura" no Brasil.

"Sentimos que as igrejas precisam tomar a iniciativa de garantir que, pela publicação desse material, tais coisas não ocorram de novo", argumentou d. Paulo. "Pedimos, portanto, que o Conselho Mundial de Igrejas aceite a tarefa de levantar a grande maioria dos fundos necessários, de uma forma confidencial."

Os arquivos guardaram tabelas detalhadas sobre os custos e as viagens dos pesquisadores. D. Paulo precisava de US$ 329,1 mil para completar seu projeto. O equipamento comprado seria doado para a PUC.

Quase um ano depois, em 23 de junho de 1980, o cardeal receberia uma carta de Potter com duas notícias importantes. A primeira era de uma doação às " famílias dos operários em greve no ABC". Mas era a segunda notícia que mais impactaria d. Paulo. O Conselho confirmava que havia conseguido "levantar a maior parte dos recursos necessários à realização do projeto especial". Potter garantia que a pesquisa sobre a tortura no Brasil seria divulgada nas igrejas "em todo o mundo para sua reflexão".

Depois de copiados, os processos eram enviados para São Paulo, onde eram transformados em microfilmes. De lá, seguiam escondidos para Genebra. Quem chegava à cidade suíça com as informações retornava ao Brasil com dinheiro para o projeto, escondido dentro do cinto.

Em 19 de fevereiro de 1983, d. Paulo Arns fez questão de informar a Potter que o dinheiro "estava sendo gasto estritamente de acordo com os planos aprovados". E afirmou: "Esse projeto terá efeitos duradouros." E não só políticos. Mais que aliados, d. Paulo e Jaime Wright tornaram-se amigos, como mostra uma carta de 1996.

Para Charles Harper, que hoje vive na França, d. Paulo deu apoio moral e espaço físico para quem, dentro da Igreja, lutou contra a ditadura. O projeto valeu a adesão do Brasil nos anos 80 à Convenção da ONU contra Tortura. Para Harper, mesmo que os criminosos nunca tenham ido à Justiça, o trabalho de d. Paulo e do arquivo em Genebra fez com que a tortura no País e suas vítimas não sejam esquecidas.

Ronaldo Castro

terça-feira, 21 de junho de 2011

Documentos inéditos obtidos pelo 'Estado' em Genebra revelam como o cardeal Dom Paulo Arns e a Igreja combateram a ditadura militar.

A atuação de Dom Paulo Evaristo Arns durante a ditadura

Por wilson yoshio.blogspot

Do Estadão -

1ª Parte da reportagem.

A luta secreta de D. Paulo Arns

Documentos inéditos obtidos pelo 'Estado' em Genebra revelam como o cardeal e a Igreja combateram a ditadura militar

Jamil Chade

No auge da violência promovida pelo governo militar, parte da Igreja e centenas de líderes religiosos no Brasil passaram a ser alvo da repressão. Documentos guardados há décadas em Genebra obtidos pelo Estado revelam como o cardeal d. Paulo Evaristo Arns liderou um lobby internacional, coletou fundos de forma sigilosa e manteve encontros com líderes no exterior para alertar sobre as violações aos direitos humanos no Brasil.

Janete Longo/AE Engajado. D. Paulo, diante de presídio: busca de apoio contra repressão

A atuação do arcebispo de São Paulo mobilizou uma rede de informantes, financiadores e apoiadores secretos pelo mundo. Dentro do País, os documentos mostram que ele e seus aliados organizaram manifestações, incentivaram líderes operários e pagaram despesas das famílias dos grevistas no ABC em 1980.

Relatórios, testemunhos, cartas, informações de dissidentes e dezenas de acusações fazem parte de três caixas de documentos entregues ao Brasil na terça-feira, para que possam ser estudados e eventualmente, como espera a ONU, sirvam de base para processos contra autores de crimes contra a humanidade. Os documentos originais foram mantidos no Conselho Mundial de Igrejas, em Genebra. O Estado teve acesso às mais de 3 mil páginas e, nos próximos dias, publicará parte do conteúdo que está nas caixas entregues à Justiça no Brasil.

A máquina de tortura instalada no Estado não havia poupado nem sacerdotes. Em dezembro de 1978, o Centro Ecumênico de Documentação e Informação, no Rio, coletaria vasto material sobre a repressão sofrida pela Igreja naquela década.

O texto de introdução do levantamento deixa claro que o material havia sido encomendado por d. Paulo, que já tentava organizar um dossiê que compilasse as violações aos direitos humanos e pudesse ser usado em algum momento pela Justiça.

Segundo o relatório, entre 1968 e 1978, 122 religiosos foram presos pelo regime militar. Havia 36 estrangeiros, 9 bispos, 84 sacerdotes, 13 seminaristas e 6 freiras. Outras 273 pessoas "engajadas no trabalho pastoral" tinham sido detidas. Dessas, 34 foram vítimas de torturas como choques elétricos, paus de arara e pressões psicológicas. "Há registros de pessoas que ficam inutilizadas física e/ou psicologicamente por motivo da tortura."

Entre os motivos mais frequentes de prisão estava o fato de proferirem homilias que desagradavam às autoridades, além de ajudarem a organizar manifestações operárias.

Até aquele momento, pelo menos sete pessoas haviam sido mortas como forma de pressão ao clero, tidas como "subversivas" ou suspeitas de passar informações a dissidentes. Foram registrados 18 casos de ameaça de morte e uma dezena de sequestros. A repressão também intimou 75 líderes religiosos a depor, para que denunciassem bispos e sacerdotes.

Reação. Na segunda metade dos anos 70, d. Paulo e líderes religiosos do exterior avaliaram que era hora de reagir nos bastidores para reunir apoio internacional e demonstrar a insatisfação popular nas ruas. Em 27 de setembro de 1977, o então encarregado de Direitos Humanos na América Latina do Conselho Mundial de Igrejas enviou de São Paulo uma carta a Genebra alertando para a "crescente tensão entre a Igreja e as autoridades". A correspondência foi classificada como "confidencial" e seu autor, Charles Harper, pediu que o documento "não fosse publicado".

A carta relata dois fatos fundamentais daqueles dias. O primeiro foi o ato que reuniu 6 mil pessoas na Igreja da Penha, em São Paulo. "Foi a primeira vez que uma articulação tão lúcida, sob a iniciativa da Igreja no Brasil, foi feita desde 1964 em relação aos direitos humanos", disse Harper. O segundo relato trata da invasão da PUC, no qual Harper aponta para a apreensão de uma tonelada de "material e equipamento subversivo" e para a prisão de 1,5 mil alunos, "alguns em plena prova" nas salas de aula. Para ele, o ocorrido "deve ser visto como uma retaliação contra a Igreja".

O relato alerta para a pressão sobre d. Paulo, considerado alguém de "coragem, firmeza e sentido de timing". Para Harper, os movimentos de liberalização do regime eram acompanhados por uma hesitação dos militares, temerosos de terem de responder pela violência dos anos anteriores e pela corrupção. "Muitos acreditam que há um forte endurecimento das ações repressivas."

Nova Iguaçu terá Projovem Trabalhador Juventude Cidadã

A prefeita, Sheila Gama, participou, ontem, no Palácio Guanabara, da assinatura do termo de compromisso entre o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e o governo do Estado do Rio de Janeiro para a implantação do programa de capacitação profissional Projovem Trabalhador – Juventude Cidadã, que vai beneficiar 10 mil jovens preparando-os para o mercado de trabalho.

O Projovem Trabalhador é destinado a jovens, com idade entre 18 e 29 anos, desempregados e de famílias com renda até um salário mínimo por pessoa. De acordo com o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, serão repassados cerca de R$ 18,5 milhões para execução do programa, além de R$ 6 milhões para auxílio financeiro dos alunos. “Os jovens que participarem serão qualificados em ocupações geradoras de renda. Nossa expectativa é que ao término do curso, 30% dos alunos saia com a carteira assinada, exercendo a profissão que escolheram”, afirmou o ministro.

A prefeita Sheila Gama ressaltou que Nova Iguaçu também será contemplada com o programa. Um estudo vocacional de cada região definirá o foco dos cursos para abastecer as necessidades locais. “O Projovem e o lançamento da Agenda do Trabalho Decente são ações que proporcionam cidadania e dignidade. Qualificar nossos jovens é importante para que eles tenham oportunidades iguais”, explicou.


Ronaldo Castro

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Estado assina convênio para oferecer 10 mil vagas em cursos de capacitação

Rio - O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, assinou nesta segunda-feira um termo de compromisso para a implantação do Projovem Trabalhador – Juventude Cidadã. O programa de qualificação profissional, que beneficiará 10 mil jovens carentes entre 18 a 29 anos, dará prioridade a quem reside nas comunidades onde foram instaladas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

O programa, destinado a jovens desempregados e de famílias com renda de até um salário mínimo por pessoa, promove a qualificação em ocupações geradoras de renda. Serão repassados R$ 18,5 milhões para execução do Projovem no Estado, além de R$ 6 milhões para auxilio financeiro aos jovens.

O secretário de Trabalho e Renda, Sérgio Zveiter, disse que, além de encaminhar mão de obra ao mercado de trabalho, através do Sistema Nacional de Empregos (Sine), também cabe à secretaria promover a qualificação dos trabalhadores.

– Vamos fazer um trabalho conjunto com as Secretarias de Trabalho do município, que disponibiliza hoje 5 mil vagas, e as do interior do estado. Onde não houver disponibilidade de qualificação do Projovem, o Estado garantirá oportunidades para suprir a demanda – afirma Zveiter.

O programa entrará em fase de licitação e, segundo Zveiter, começará a funcionar em três meses. Serão oferecidos cursos com 350 horas de carga horária. A ideia é superar a expectativa de 30% de inserção dos jovens qualificados no mercado de trabalho.

Fonte: http://migre.me/55IGB

Ronaldo Castro

domingo, 19 de junho de 2011

Bispo Reacionário de Guarulhos - SP diz que estupro só é possível com o consentimento da mulher.


Bispo de Guarulhos, Luiz Gonzaga Bergonzini, diz que mulheres mentem ao dizer que foram estupradas. Ele acusa que a mentira seria apenas para conseguir liberação da lei para pratica do aborto.

"Vamos admitir até que a mulher tenha sido violentada, que foi vítima... É muito difícil uma violência sem o consentimento da mulher, é difícil", comenta. O bispo ajeita os cabelos e o crucifixo. "Já vi muitos casos que não posso citar aqui. Tenho 52 anos de padre... Há os casos em que não é bem violência... [A mulher diz] 'Não queria, não queria, mas aconteceu...'", diz. "Então sabe o que eu fazia?" Nesse momento, o bispo pega a tampa da caneta da repórter e mostra como conversava com mulheres. "Eu falava: bota aqui", pedindo, em seguida, para a repórter encaixar o cilindro da caneta no orifício da tampa. O bispo começa a mexer a mão, evitando o encaixe. "Entendeu, né? Tem casos assim., do 'ah, não queria, não queria, mas acabei deixando'. O BO é para não facilitar o aborto", diz.

A posição do bíspo é um uma tentativa de dificultar o aborto nas cidades da grande São Paulo.O bíspo Luiz Gonzaga é um claro exemplo da mistura de politica com religião, e usa de sua influência em fiéis para mudar votos e opiniões da massa. Como foi o caso de seu discurso contra a presidenta Dilma, em que ele fez "pregações" contra as intenções da candidata e espalhou folhetos por várias igrejas. Ato que resultou na derrota do PT na cidade de Guarulhos.Fonte: Vida em Orbita

É pessoal como posso dizer, cada um tem um pensamento, mas um pensamento tão reacionário como o deste Luiz Gonzaga, pois eu não posso chamar um cara desse de bispo, pois não tenho como colocar ele no patamar de Dom Helder, Dom Pedro Casaldalgia, Dom Aloizio, Dom Adriano Hipolito, dentre outros.

Isso é um desrespeito as mulheres, principalmente aquelas que ja foram violentadas, como pode uma pessoa ter uma visão ultramente machista, reacionária e conservadora como esta pessoa? não consigo compreender.

Mas espero que a nossa sociedade, nossa justiça e a justiça divina possa mostrar que as coisas não são como ele pensar e quer.

Guilherme Monteiro.

Ronaldo Castro.


sábado, 18 de junho de 2011

Igreja Católica anuncia que vai colher assinaturas contra novo Código Florestal


Gilberto Costa

Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Igreja Católica poderá mobilizar suas 12 mil paróquias para fazer circular um abaixo-assinado contra o projeto do novo Código Florestal aprovado na Câmara dos Deputados e em tramitação no Senado Federal.

O anúncio foi feito hoje (17) em Brasília pela cúpula da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que pretende criar um fórum com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e um grupo de ex-ministros do Meio Ambiente contrários às mudanças propostas na lei.

O Conselho Permanente da CNBB divulgou nota contra a flexibilização do uso de áreas de preservação permanente (APP) e contra a anistia das multas e penalidades a quem desmatou, estabelecidas no relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP).

O documento convoca os católicos “a participar do processo de aperfeiçoamento do Código Florestal, mobilizando as forças sociais e promovendo abaixo-assinados contra a devastação”. Segundo a CNBB, as decisões referentes ao código não podem ser motivadas por uma lógica produtivista que não leva em consideração a proteção da natureza, da vida humana e das fontes da vida. "Não temos o direito de subordinar a agenda ambiental à agenda econômica”, diz ainda a nota da CNBB.

No ano passado, a participação da Igreja Católica viabilizou o recolhimento de mais de 1 milhão de assinaturas em favor da Lei da Ficha Limpa aprovada pelo Congresso Nacional. Com a mobilização de agora, a CNBB espera ser ouvida na discussão do novo código. “Não queremos nos furtar a participar da melhoria do texto”, disse aos jornalistas o secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner.

Além de destacar a importância de participar das discussões, o bispo disse esperar que Senado convoque a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) para debater a proposta. No mês passado, a SBPC apresentou ao Congresso Nacional e ao governo federal um estudo preliminar sobre as consequências da mudança do código no aumento do desmatamento.

“Eu espero ser convidada para o debate. Já estamos com a apresentação pronta”, disse à Agência Brasil a presidente da SBPC, a bioquímica Helena Nader.

Ela informou que a presidência do Senado não acatou nenhuma das sugestões encaminhadas pela SBPC em carta, como, por exemplo, a proposta de que a Casa inclua a Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) na discussão do projeto do novo código.

O projeto tramita entre as comissões de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) e de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

A CNBB também divulgou nota sobre a violência na Amazônia, mencionando o assassinato de quatro camponeses, recentemente, nos estados do Pará e de Rondônia, que foi associado a conflitos agrários e ambientalistas. “As ameaças [aos camponeses mortos] já eram de conhecimento das autoridades competentes, Infelizmente, pouco foi feito para proteger estas famílias”, diz a nota da CNBB.

Edição: Nádia Franco

Fonte:

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Seminário Nacional de Jovens da PJMP.

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Seminário Nacional de Militantes da PJMP

A cidade de Salvador se pintou com as muitas cores da Pastoral da Juventude do Meio Popular ao acolher os militantes vindos de várias partes do país que participaram do Seminário Nacional da PJMP.

O encontro aconteceu na Casa Betânia, que fica no bairro de Itapoá – Salvador - Bahia. Ao todo foram 70 jovens de todo o Brasil, que estavam reunidos para discutir o "Plano Estratégico da PJMP para uma Ação Transformadora na Sociedade".

Sob a assessoria da Comissão Nacional de Assessores e de Mauro Kano, do CEPIS, o encontro que começou na sexta-feira (20/05) e se encerrou no domingo (22/05) após o almoço.

O Seminário teve como objetivo geral "Oferecer elementos para uma análise crítica da realidade social, política e econômica do país hoje, dando enfoque a realidade da juventude do Meio Popular a partir dos Estados aonde a PJMP vem atuando, identificar os principais desafios postos atualmente para as lutas sociais, para os movimentos juvenis e para a ação pastoral a partir da juventude empobrecida, direcionando para a construção de um projeto em longo prazo, de ruptura com o sistema capitalista que tanto nos explora e nos oprime".

O estado do Rio de Janeiro esteve representado por três jovens da Diocese de Nova Iguaçu. Renato Cordeiro - Assessor do Regional Leste I da PJMP, Ronaldo Castro – Assessor do Regional Leste I da PJMP, e Guilherme Monteiro – Membro da Coordenação Nacional da Pastoral da Juventude do Meio Popular - CNPJMP

Que o Cristo Libertador esteja conosco e que os frutos deste seminário possa florescer e tornar profético e de extrema importância para a continuidade de nossa caminhada a serviço da juventude do meio popular, em nossos grupos de bases e fora deles também!

Dia Nacional de Oração “DNO” – 09/07/2011 a partir de 17 horas.

Paróquia Nossa Senhora da Conceição – Queimados (igreja da Praça)

Amém, axé, awerê, aleluia.

--
Guilherme Monteiro Cerqueira

Coordenação Nacional da Pastoral da Juventude do Meio Popular – CNPJMP

Contato: guilhermedapjmp@gmail.com

Ronaldo Castro

Carta das Pastorais da Juventude do Brasil em repúdio à violência promovida pelo DCE da PUC-RS.


Nós, militantes das Pastorais da Juventude do Brasil (PJ, PJMP, PJR, PJE) manifestamos a nossa solidariedade à companheira Tábata Silveira dos Santos, militante da Pastoral da Juventude Estudantil, agredida covardemente por membros do DCE da PUC-RS e também o nosso repúdio por este episódio de violência.



O fato ocorreu na noite do dia 13 de junho de 2011, PUC - RS, quando três estudantes, entre elas a Tábata, foram agredidas ao reivindicarem a ausência de legitimidade do processo eleitoral para o 52º edição do Congresso da UNE. Desde semana passada, estudantes da PUC vem se mobilizando para denunciar as fraudes no processo eleitoral do CONUNE, como a impugnação três chapas, e as agressões físicas e verbais contra mulheres e estudantes, episódios todos praticados pela atual gestão do DCE.


A ato criminoso por parte do DCE e a omissão dos seguranças da universidade é mais uma expressão de violência contra a mulher. Como mostra no vídeo, Tábata e as demais estudantes foi agredidas fisicamente e verbalmente, de forma covarde. Em sintonia com a Campanha Nacional Contra a Violência e Extermínio de Jovens, repudiamos este ato desumano, machista e humilhante. Somos contra qualquer tipo de ação violenta, que inferiorize, que humilhe, que exclua, que causa sofrimento na mulher e no homem. Somos a favor de uma realidade de VIDA, de respeito mútuo, de transformação social.


CHEGA DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER!


Vídeo gravado durante as agressões


Ronaldo Castro
PJMP

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Juventude será o tema da Campanha da Fraternidade de 2013.

Fraternidade e Juventude. Este será o tema da Campanha da Fraternidade de 2013. A escolha foi feita hoje, 15, pelo Conselho Episcopal Pastoral, que está reunido desde ontem na sede da CNBB.

O tema foi proposto pelo Setor Juventude da CNBB, que recolheu cerca de 300 mil assinaturas junto aos jovens do Brasil. O lema será escolhido na próxima reunião do Consep.

O Setor da Mobilidade Humana da CNBB apresentou e defendeu o tema do tráfico de pessoa humana e o trabalho escravo. Outros temas foram apresentados, mas não receberam votos.

Esta será a segunda Campanha da Fraternidade sobre a Juventude. A primeira foi realizada em 1992 com o lema “Juventude, caminho aberto”.

A escolha dos temas da Campanha da Fraternidade é feita com antecedência de dois anos.

Veja no Site da CNBB Clicando Aqui

Ronaldo Castro